Marqueteiro de Dilma sabia que dinheiro era de origem ilegal, diz PF
O Ministério Público Federal e a Polícia Federal realizaram nesta segunda-feira (22) a 23ª fase da Operação Lava Jato. O alvo principal é o publicitário João Santana, responsável pelas três últimas campanhas do PT à presidência. Trezentos policiais federais começaram cedo a cumprir os mandados de mais uma fase da Operação Lava Jato, batizada de Acarajé. Segundo as investigações, Acarajé seria o nome usado por alguns acusados para se referir a dinheiro vivo. A Justiça Federal expediu 48 mandados: 37 de busca e apreensão, dois de prisão preventiva, seis de prisão temporária e dois de condução coercitiva, quando o investigado é levado para dar esclarecimentos e liberado em seguida. Os mandados foram cumpridos nos estados de São Paulo, Rio de janeiro e Bahia. Nesta fase, a Operação Lava Jato apura supostos pagamentos em ao publicitário baiano João Santana. Ele teria recebido dinheiro em uma conta não declarada no exterior. João Santana foi o responsável pelo marketing das campanhas presidenciais de reeleição do ex-presidente Lula, em 2006, e das duas campanhas da presidente Dilma Rousseff, em 2010 e em 2014. João Santana e a mulher dele, Monica Moura, tiveram a prisão temporária decretada. Os dois estão fora do país, na República Dominicana, mas avisaram às autoridades que vão voltar ao Brasil nas próximas horas. De acordo com a polícia, o casal recebeu pagamentos sob suspeita que somam US$ 7,5 milhões. Os repasses foram feitos, de acordo com a Polícia Federal, pelo engenheiro Zwi Skornicki, apontado pelas investigações como operador de propinas na Petrobras, e por meio de offshores ligadas à construtora Odebrecht. Os policiais fizeram buscas nos escritórios da Odebrecht em São Paulo, no Rio de Janeiro e na Bahia. Levaram documentos e computadores. Também na Bahia, os agentes foram a endereços ligados a João Santana. O operador Zwi Skornicki foi preso em casa, em um condomínio na Barra da Tijuca, Rio de Janeiro. A prisão de Zwi é preventiva, por tempo indeterminado. A Polícia Federalapreendeu mais de R$ 300 mil do operador, além de carros, um barco e obras de arte. É a segunda vez que bens de Skornick são apreendidos na Lava Jato. A Justiça também decretou a prisão preventiva de Fernando Migliaccio da Silva, ex-executivo da Odebrecht. De acordo com a Polícia Federal, ele era o responsável por contas secretas no exterior usadas pela empreiteira para pagar propina com dinheiro desviado da Petrobras. Migliaccio está fora do país. O juiz Sérgio Moro determinou ainda o bloqueio de valores que estão nas contas e aplicações financeiras de João Santana, da mulher dele, Monica, de Zwi Skornicki, do executivo Migliaccio e de empresas ligadas aos investigados - no valor de até R$ 25 milhões. “Dentre as últimas fases é aquela que a gente vai ter mais material apreendido no dia da operação, tem bastante coisa, embora não tenha dinheiro em espécie, é algo em torno de meio milhão só, em bens. Vai ser bastante coisa”, diz Igor Romário de Paula, delegado Polícia Federal.
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