Em entrevista a Rádio Nova Era, o sindicalista Sebastião Rodrigues, de Borrazópolis falou sobre a mobilização e os motivos
No link de vídeo, ouça a entrevista com Sebastião Rodrigues, presidente do Sindicato dos Trabalhadores Rurais, de Borrazópolis. Ele concedeu entrevista na quarta-feira, dia 15 de junho, para falar sobre os cerca de 3000 trabalhadores e trabalhadoras rurais de todo o Paraná mobilizados nesta quinta-feira, dia 16 de junho, em Curitiba, Maringá e Cascavel contra alguns pontos da Reforma Previdenciária, como a retirada de direitos garantidos pela Constituição de 1988, a exemplo da aposentadoria aos 60 anos para os homens e aos 55 às mulheres, assim como a vinculação da aposentadoria ao Salário Mínimo Federal. As ações, que ocorrem de forma simultânea, iniciam a partir das 8h e ocorrerão em frente às Gerências Executivas do INSS (endereços abaixo). Além de combater algumas das mudanças propostas na Reforma da Previdência, os rurais buscam também desmistificar a imagem de que não contribuem para a Previdência Social. De acordo com o presidente da Federação dos Trabalhadores na Agricultura do Estado do Paraná, Ademir Mueller, é um erro acreditar que os rurais não contribuem. “No que diz respeito à aposentadoria rural, o artigo 195 da Constituição Federal diz que o produtor, o parceiro, o meeiro e o arrendatário rurais e o pescador artesanal, bem como os respectivos cônjuges, que exerçam suas atividades em regime de economia familiar, sem empregados permanentes, contribuirão para a Seguridade Social mediante a aplicação de uma alíquota - definida em 2,1% - sobre o resultado da comercialização da produção e farão jus aos benefícios nos termos da lei”, diz. Portanto, continua ele, quando o produtor rural vende sua produção ele está contribuindo para a Seguridade Social – responsável pelo financiamento da aposentadoria dos rurais. No entanto, continua Mueller, infelizmente muitos não têm conhecimento do que é a Seguridade Social e de onde vêm os recursos que a abastecem. Aposentadoria - A possibilidade de aumentar a idade de aposentadoria dos trabalhadores e das trabalhadoras rurais, a categoria é veemente contrária pelo fato de que o trabalho no campo, além de penoso, inicia-se antes dos 15 anos de idade. Na área rural, de acordo com o IBGE, 78,2% dos homens e 70,2% das mulheres começam a exercer a atividade rural com idade precoce, inferior a 15 anos. Isso significa que a mulher rural trabalha, em média, 41 anos e o homem 46 anos, para alcançar o direito à aposentadoria, no valor de um salário mínimo - cuja idade mínima para se aposentar é de 55 anos para a mulher e 60 anos para o homem. Também predomina na área rural o trabalho penoso cuja característica é o esforço físico intenso, que reduz a capacidade de trabalho precocemente e a expectativa de vida. De acordo com os dados do Anuário Estatístico da Previdência Social, as trabalhadoras(es) rurais aposentadas(os) vivem menos que os trabalhadoras(es) aposentadas(os) urbanos, especialmente a mulheres rurais que vivem cinco anos a menos. “Por isso, não consideramos correto, nem justo, aumentar a idade de aposentadoria das trabalhadoras e trabalhadores rurais. Se isso ocorrer, muitos provavelmente não conseguirão alcançar, ao longo de sua vida laboral, o direito à aposentadoria, e não se sentirão atraídos, especialmente os(as) jovens, a manter-se residindo e trabalhando no campo produzindo alimentos”, salienta o presidente da FETAEP. Mobilização Nacional – As manifestações desse dia 16 de junho fazem parte de uma mobilização nacional em defesa dos direitos previdenciários dos trabalhadores rurais. Puxada pela Confederação Nacional dos Trabalhadores na Agricultura (CONTAG), a ação está acontecendo simultaneamente em todos os estados brasileiros. Na pauta, além das questões já mencionadas, os rurais também buscam a manutenção do Ministério da Previdência Social integrado ao Ministério do Trabalho e Emprego; do INSS integrado à estrutura da Previdência; e a manutenção do Ministério do Desenvolvimento Agrário dado a complexidade do meio rural brasileiro.
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