28/01/2017

PROFESSORES - Governo não voltará atrás e medidas serão mantidas

Reunião entre representantes do Governo e Professores termina sem avanços e greve pode ser deflagrada no Paraná 
    O chefe da Casa Civil Valdir Rossoni reafirmou nesta sexta-feira (27 de janeiro) que o Governo não vai revogar nenhuma das medidas adotadas para regulamentar a hora-atividade de professores e a distribuição de aulas extraordinárias na rede estadual de Educação. “Está implantado e não vai haver recuo”, afirmou o secretário durante reunião com dirigentes da APP-Sindicato, no Palácio Iguaçu. Rossoni destacou que a resolução não fere nenhum direito dos professores e que o Paraná seguirá cumprindo a legislação. Ele explicou que a partir deste ano os professores cumprirão a carga horária de 20 horas semanais (estabelecida no edital dos concursos públicos), sendo que 62,5% serão cumpridas em sala e 37,5% nas tarefas extraclasse (hora-atividade). “A decisão foi tomada e não aumenta, em um segundo sequer, o tempo de trabalho do professor”, reforçou Rossoni, ressaltando que foram identificadas distorções na aplicação da hora-atividade, que chegava a 45% do tempo do professor fora da sala de aula. EXCEÇÃO - O chefe da Casa Civil entende que qualquer mudança de rotina causa reação, mas ressaltou que o Brasil vive um momento de exceção que exige sacrifícios e medidas duras dos gestores públicos. O secretário encerrou a reunião reforçando a disposição do Governo do Estado para o diálogo com o magistério. “Mas um diálogo dentro da normalidade. A ocupação da Secretaria da Educação, por exemplo, é uma situação anormal”, disse. “Governamos para 11 milhões de paranaenses, que pagam a conta do Estado. Mas a APP-Sindicato quer impor somente a prioridade deles, e assim é difícil negociar”. ESTUDO TÉCNICO - As medidas, aprovadas pela Comissão de Política Salarial do Governo do Estado, formada por seis secretários, têm como base avaliações feitas por técnicos da Secretaria da Educação para readequar a carga de trabalho do magistério. “O trabalho de análise e a discussão destas medidas levou seis meses”, afirma Rossoni. Segundo ele, há uma reivindicação muito grande dos estudantes e de grande parte dos professores para melhorar a educação do Paraná. “Só há uma maneira de melhorar a educação: É termos o professor mais tempo dentro da sala de aula”, pondera o chefe da Casa Civil. Rossoni disse também que as medidas atendem as demandas de profissionais da educação que cobravam uma nova regulamentação na distribuição de aulas extraordinárias na rede estadual de ensino. “É um prestigiamento para aqueles que passam mais tempo na escola”, destacou. A distribuição das aulas extraordinárias – que acontece quando todos os professores efetivos já receberam designação de classe – terá como principal critério de escolha o tempo que o professor fica na escola. Antes, a prioridade de seleção recaia sobre quem tinha melhor classificação no plano de carreira. RACIONALIZAÇÃO - A secretária da Educação, professora Ana Seres, afirma que além de racionalização as medidas devem acabar com distorções como nos casos em que o Estado é obrigado a fazer mudanças constantes de professor, devido ao excesso de licenças. Somente em 2016, foram 62 mil afastamentos. Ela ponderou, contudo, que professores afastados por questões de saúde não serão prejudicados.  As alterações também devem reduzir as despesas da Educação com contratações temporárias, conforme determina o Tribunal de Contas do Estado (TCE). No ano passado, o Paraná contratou 27 mil temporários na educação. “O Paraná investe 34% do orçamento no sistema de ensino. A receita não é do governo, é da população”, frisou a secretária Ana Seres. REPOSTA - No site da APP-Sindicato, dos Professores, foi divulgada a seguinte nota: O tão propagado diálogo não existiu durante a reunião nesta manhã (27), entre a APP-Sindicato e governo do Paraná, no Palácio Iguaçu. O tempo chuvoso foi um cenário típico para contemplar o encontro. Uma chuva de imposições governamentais nos critérios apresentados na Resolução 113/2017 – ou melhor – na Resolução da Maldade, prometem prevalecer sem considerar a importância do papel que o(a) professor(a) exerce na sociedade. Não teve negociação. Os(as) educadores(as) presentes Hermes Silva Leão, Walkiria Olegário Mazeto, Marlei Fernandes de Carvalho, Elizamara Goulart Araújo, Nádia Aparecida Brixner, Rodrigo Tomazini, Luiz Paixão Rocha e Celso José dos Santos, além do economista Cid Cordeiro e do deputado estadual Professor Lemos, presenciaram um clima de tensão e desacordos. O chefe da Casa Civil, Valdir Rossoni (PSDB), foi taxativo ao dizer que as questões da hora-atividade e das aulas extraordinárias serão implantadas. “É uma decisão. Não vão existir avanços nestes aspectos”. E ameaçou: “aviso que se os professores entrarem em greve, os salários serão descontados, e não adianta reivindicar depois”, afirmou Rossoni, sugerindo que a APP se “some” ao governo para resolver as questões dos atrasados – promoções e progressões – e que somente irá ocorrer após o início “normal” das aulas. Não é mais um anúncio, virou realidade canalizada pelo governo.

Um comentário:

  1. O "desgoverno" "Beto Hitler" mente descaradamente, afirma que os professores terão 37,5% de hora atividade... Mas o edital para distribuição de aulas 2017 diz que num padrão de 20 horas Será cumprido 15 em classe e 5 de hora atividade... sendo assim 5/20, portanto 25% de hora atividade e não 37,5%... Não estou entendendo esta matemática dele???

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