23/05/2017

OPERAÇÃO DA FEDERAL - BRASÍLIA

PF prende assessor de Temer e dois ex-governadores do DF
José Roberto Arruda 
A Polícia Federal prendeu nesta terça-feira (23 de maiso) Tadeu Filippelli, ex-vice-governador do Distrito Federal. Ele foi exonerado do cargo de assessor do presidente Michel Temer horas depois do início da Operação Panatenaico, que investiga um esquema de superfaturamento e desvio de dinheiro na reforma do estádio Mané Garrincha, em Brasília. Os ex-governadores do Distrito Federal Agnelo Queiroz e José Roberto Arruda também foram presos.  Segundo o Jornal Nacional, os  policiais federais chegaram por volta de 6h à casa do ex-vice governador do Distrito Federal Tadeu Filippelli. O presidente do Diretório Regional do PMDB saiu preso com o rosto coberto e foi levado para a Superintendência da Polícia Federal.   Filippelli ocupava até o fim da manhã desta terça o cargo de assessor especial do presidente Michel Temer. O Palácio do Planalto informou que ele foi exonerado logo depois do anúncio da prisão. O ex-governador José Roberto Arruda também foi preso em casa.  Eleito pelo Democratas em 2007, Arruda renunciou ao cargo três anos depois, em meio à Operação Caixa de Pandora, que revelou um esquema de corrupção no governo local. Ficou dois meses preso numa sala da direção da Superintendência da Polícia Federal. Agora, filiado ao PR, foi para uma cela comum na carceragem. Os policiais federais também prenderam Agnelo Queiroz, do PT, governador do Distrito Federal de 2011 a 2014.   “Trata-se de prisão temporária. Tem por objetivo principal auxiliar as investigações e, em razão do grande poder econômico e político dos investigados, é necessário que eles fiquem afastados, durante esse período, da sociedade para que os elementos de prova possam ser obtidos”, disse Francisco Guilherme Bastos, procurador da República no Distrito Federal.  O Ministério Público Federal afirma que os três políticos e outras sete pessoas participaram de um esquema de superfaturamento e desvio de recursos da obra do Estádio Mané Garrincha. De acordo com os procuradores, a obra estava orçada em R$ 600 milhões, mas custou R$ 1,5 bilhão. Foi o estádio mais caro entre os 12 construídos para a Copa de 2014.  Segundo a decisão judicial, houve pagamento de propina para Agnelo Queiroz até no canteiro de obras do estádio.  Para o Ministério Público, há fortes indícios de prática de corrupção passiva e ativa, formação de quadrilha, fraude em licitação e lavagem de dinheiro.  As investigações começaram a partir da delação de executivos da construtora Andrade Gutierrez no fim de 2016. Eles disseram à Justiça que a licitação para a obra do estádio já tinha um vencedor definido um ano antes da abertura do edital. Afirmaram ainda que os ex-governadores receberam 1% do valor da obra como propina. Segundo os executivos, o dinheiro foi pago por meio de doações às campanhas eleitorais e como caixa dois, com contratos falsos de prestação de serviços.   A 10ª Vara da Justiça Federal de Brasília determinou o bloqueio de R$ 155 milhões em bens dos investigados. Só de Arruda, Agnelo e Filippelli, o montante chega a R$ 26 milhões.  Leia mais no link abaixo 
       As respostas   -    A defesa de Tadeu Filippelli afirmou que está analisando os documentos e que vai pedir a revogação da prisão, por entender que ela é desnecessária. Segundo a defesa, todas as buscas já foram realizadas.   A defesa de José Roberto Arruda afirmou que o ex-governador é inocente e que nem a conclusão da contratação nem gastos de recursos públicos na reforma do estádio ocorreram no governo dele.   Ainda segundo a defesa de Arruda, as empreiteiras Andrade Gutierrez e Odebrecht já reconheceram ter repartido contratações para vencer licitações, independentemente de permissão ou conivência de qualquer autoridade pública.  A defesa de Agnelo Queiroz negou as denúncias dos delatores. Afirmou que está analisando os documentos para decidir sobre as providências judiciais e que os atos dele no governo foram legais.          Seis suspeitos ligados a Temer    --  Com a operação desta terça, chega a seis o número de ministros e assessores próximos ao presidente Michel Temer suspeitos de corrupção ou tráfico de influência.  A saída de Tadeu Filippelli completa a trinca dos ex-assessores de Michel Temer que são alvos de investigação. Eles trabalhavam no terceiro andar do Palácio do Planalto, a poucos metros do gabinete presidencial. Os outros dois são o deputado afastado Rodrigo Rocha Loures, citado por Joesley Batista, que foi assessor da Presidência até assumir a vaga na Câmara com a ida de Osmar Serraglio para a pasta da Justiça, e José Yunes, citado nas delações da Odebrecht.  Além deles, dois ministros próximos ao presidente também são alvo de inquéritos: Eliseu Padilha, ministro-chefe da Casa Civil, e Moreira Franco, ministro da Secretaria-Geral. Outro nome próximo, Geddel Vieira Lima, deixou a Secretaria de Governo depois da suspeita de ter feito pressão para liberar a obra de um prédio em Salvador.

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