ORTIGUEIRA - Remanejamento de alunos para o noturno gerou polêmica

Alunos do  2º e 3 º anos, do segundo grau, do Colégio Altair Mongruel, estão sendo transferidos para o período noturno por conta da falta de vagas. Pais protestam e dizem que não vão aceitar

No link de vídeo, ouça a fala de uma mãe, convocando os demais pais de alunos a se organizarem e impedir o remanejamento 

          No município de Ortigueira, uma notícia, que chegou aos pais de alunos, do Ensino Médio, trouxe preocupação e gerou revolta. As famílias estão se organizando e pedindo ajuda, inclusive com um abaixo assinado, para evitar que alunos do diurno, ou seja, que estão matriculados de manhã, no Colégio Estadual Altair Mongruel, que fica no perímetro urbano, tenham suas vagas transferidas para o período noturno. "De repente vazou uma informação, sem que  nós pais fossemos comunicados, que a senhora Sueli, chefe do Núcleo de Educação de Telêmaco Borba, fez uma reunião em Ortigueira, para anunciar a decisão de transferir os estudantes, menores de idade, que estudam no ensino médio, período diurno, 2º e 3º anos, para o noturno, sem consentimento de seus  genitores. Disseram que as matrículas já foram transferidas. Pelo que sabemos, isso vai contra o ECA - Estatuto da Criança e do Adolescente, porque estas crianças chegaram de madrugada em casa, principalmente os que moram no campo", disse a mãe de um dos  alunos. A preocupação maior é com os alunos da zona rural, pois há propriedades que ficam a cinquenta quilômetros da cidade e, a princípio, não há previsão de transporte, o que impossibilitaria o acesso destes estudantes a escola, sendo que aqueles que tiverem condições de vir, também enfrentariam outro problema, que seria chegar em casa altas horas da madrugada, isso sem contar o risco de assaltos, pois a onda de violência toma conta da zona rural.  Um grupo de Pais também já teriam procurado o MP - Ministério Público, o qual está analisando o caso. O repórter Ronaldo Senes, o "Berimbau", falou, por telefone, com a Elizete Campos de Souza Carnelos, secretária municipal de educação de Ortigueira. Ela disse que se solidariza com os pais, mas o colégio é competência do Estado. "Sabemos que o problema seria a falta de vagas, lembro que nós, enquanto município, construímos uma Escola, em parceria com a Klabin, de seis salas, aqui na cidade;  já fizemos outras salas; também foi construída  Escola no Bairro Natinguí, tem escola nova no Jardim Bela Vista; mais duas salas licitadas para janeiro;  estamos reformando e ampliando CMEIS, tudo isso para evitar que nossas crianças fiquem sem acesso a educação", disse Elizete. Também conseguimos contato com Sueli Aparecida, Chefe do Núcleo Regional de Educação de Telêmaco Borba. Ela estava em uma viagem a São Paulo, mas esclareceu alguns pontos, afirmando que a mudança não está relacionada ao fechamento de turmas, como alguns tem imaginado, mas sim como a única estratégia encontrada para abrir novas vagas. " Todos sabem que há o aumento do número de estudantes, por conta dos investimentos da Klabin e outros fatores; como à noite as salas estão praticamente vazias, nossa única saída foi  remanejar parte dos estudantes para o noturno. Essa é uma decisão que já foi tomada, mas estamos a disposição, principalmente se a comunidade tiver uma outra saída, a qual parece não existir, pelo menos de imediato", disse Sueli. Enquanto isso, os Pais já fizeram reuniões com Vereadores, já procuraram a prefeitura e estão tentando impedir que o remanejamento seja de fato concretizado.   Nossa reportagem vai continuar acompanhando a polêmica e a disposição, principalmente, dos pais, que prometem  se organizar e cobrar seus direitos.