BRASÍLIA - Lula polemiza ao dizer que esquema para matar Moro era armação

     Chamou atenção as  revelações da Polícia Federal sobre um plano do Primeiro Comando da Capital (PCC) para sequestrar e assassinar autoridades e políticos, incluindo o senador Sergio Moro. Na quarta-feira, 22, a Operação Sequaz resultou na prisão de 12 pessoas envolvidas no esquema criminoso. No entanto, a fala do presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) causou controvérsia ao afirmar que o plano é uma "armação" de Moro. Lula alegou que é "visível" que o caso é falso e que irá pesquisar mais sobre a sentença. Ele também ressaltou que não atacará ninguém sem provas e que, se o plano for mais uma armação, Moro será desmascarado ainda mais. O presidente afirmou ainda que o ex-juiz não é a sua preocupação. Porém, Moro destacou o cunho político do possível atentado e defendeu um esforço suprapartidário contra o crime organizado, cogitando a abertura de uma Comissão Parlamentar de Inquérito para investigar mais profundamente. Em discurso no plenário do Senado, o parlamentar lamentou as declarações anteriores de Lula, que pensava em se vingar dele, e afirmou que as falas colocam ele e sua família em risco, incentivando comportamentos perigosos. Também disse que o presidente foge a liturgia do cargo e que não se importa com a vida humana. Os relatórios de inteligência produzidos pelo Gaeco do Ministério Público de São Paulo e pela PF apontam que o planejamento do PCC foi elaborado no ano passado e poderia servir à libertação de Marco Willians Herbas Camacho, o Marcola. O sequestro de autoridades para fins de libertação de lideranças criminosas foi uma prática muito usada pela guerrilha colombiana Farc, parceira de facções brasileiras no tráfico de drogas e armas. A ameaça contra Moro e outras autoridades é uma questão grave que exige atenção e esforços conjuntos para garantir a segurança das pessoas envolvidas. O Brasil precisa combater o crime organizado de forma firme e sem partidarismos para garantir a segurança da população e a integridade das instituições democráticas.