O site G1 divulgou recentemente informações provenientes de uma denúncia que aponta o recebimento de propina pelo presidente da Assembleia Legislativa do Paraná, Ademar Traiano (PSD). Conforme relatado na matéria, os pagamentos teriam ocorrido dentro da própria Assembleia Legislativa e no hall do prédio onde o deputado reside. A denúncia teve origem na delação premiada do empresário Vicente Malucelli, que foi firmada junto ao Ministério Público do Paraná (MP-PR) e devidamente homologada pela Justiça. Tanto Ademar Traiano, presidente da Alep, quanto o ex-deputado estadual Plauto Miró (na época, filiado ao DEM), admitiram ao Ministério Público que solicitaram e receberam propina de Malucelli, que era responsável pela TV Icaraí, vencedora de uma licitação em 2012 para a produção de conteúdo da TV Assembleia. Conforme as declarações do empresário, em setembro de 2015, Traiano teria recebido os valores em duas parcelas. A primeira, em espécie, teria sido entregue no gabinete da Presidência da Assembleia Legislativa do Paraná. A segunda, composta por três cheques, teria sido recebida no hall de entrada do prédio onde o deputado reside. A delação de Vicente Malucelli inclui áudios de conversas nas quais o pagamento da propina é negociado com Traiano. Em uma dessas conversas, o deputado solicita que os cheques sejam entregues em sua casa. Os áudios foram periciados pelo Ministério Público, que confirmou a autenticidade do conteúdo, sem qualquer sinal de edição ou adulteração. Durante as investigações, o Ministério Público identificou seis depósitos em espécie, cuja autoria não pôde ser identificada, na conta do deputado estadual, totalizando R$ 57.540. Para o MP-PR, as datas e os valores desses depósitos, somados à falta de justificativa sobre a origem da quantia, constituem fortes indícios de recebimento de vantagem indevida. RESPOSTA - Em resposta às alegações apresentadas na denúncia, Ademar Traiano, presidente da Assembleia Legislativa do Paraná, divulgou uma nota afirmando que não há nenhuma investigação em andamento sobre os documentos divulgados, os quais estão sob segredo de Justiça. Ele destacou que o documento sigiloso foi vazado ilegalmente, conforme atestado pelo Ministério Público e pela própria Justiça. A nota ressalta que, apesar de uma decisão judicial ter liberado a imprensa para divulgar sobre os documentos vazados, o sigilo dos atos processuais persiste, e as devidas explicações serão dadas apenas no momento oportuno. Por outro lado, o ex-deputado Plauto Miró não respondeu às tentativas de contato da reportagem do G1. A TV Icaraí informou que rescindiu o contrato de Vicente Malucelli em julho de 2021, alegando que sua saída ocorreu devido a condutas incompatíveis com as regras de governança da empresa. A defesa de Vicente Malucelli classificou a nota da TV Icaraí como inverdadeira, afirmando que Malucelli é colaborador do Ministério Público nos escândalos de corrupção anunciados. A defesa também apontou que Joel Malucelli foi quem foi preso durante a operação, justamente por conduta incompatível com as regras de governança corporativa. O grupo J. Malucelli e o empresário Joel Malucelli não se manifestaram sobre o assunto. O Ministério Público do Paraná (MP-PR) declarou que os procedimentos investigatórios que estão sob sua responsabilidade já receberam os encaminhamentos necessários para as investigações. No momento, o MP-PR não pode se manifestar sobre o caso.
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