Nota técnica da ANEEL revela estudos avançados do projeto de uma barragem hidrelétrica em São João do Ivaí, limite com Borrazópolis e em outros municípios
Novamente a possibilidade de instalação de usinas hidrelétricas ao longo do Rio Ivaí e afluentes, volta a preocuparam moradores da região Vale do Ivaí. Desta vez, em São João do Ivaí limite com Borrazópolis. Há um movimento de resistência (Pró Ivaí Piquiri) que voltou a ficar em estado de alerta, após ter acesso a um documento, que chegou a nossa reportagem, Blog do Berimbau, neste mês de junho de 2024. A Nota Técnica Nº 38/2024-SCE/ANEEL, datada de 12 de janeiro de 2024, refere-se ao processo de instalação da Usina Hidrelétrica (UHE) São Cristóvão II (São João do Ivaí), e revela detalhes sobre os planos de construção de novas barragens no Rio Ivaí e seus afluentes. A instalação dessas usinas tem sido um tema de grande preocupação para os moradores da região, que já se manifestaram contrários a tais projetos em diversas ocasiões. A Associação dos Municípios do Vale do Ivaí (AMUVI) também expressou oposição, destacando os impactos ambientais negativos que as barragens podem causar. O Movimento Pró Ivaí/Piquiri, assim como o grupo de Valorização das Belezas do Rio Ivaí, que reúne pesquisadores de universidades como UEM: Universidade Estadual de Maringá; UTFPR: Universidade Tecnológica Federal do Paraná e Unespar: Universidade Estadual do Paraná, além de empresários do ramo de turismo, Patrulha Ambiental do Porto Ubá em Lidianópolis, pescadores profissionais e amadores e representantes do Ministério Público, tem sido um dos principais defensores da preservação dos rios Ivaí e Piquiri, que são considerados os últimos grandes rios sem barragens hidrelétricas no Estado. O promotor Robertson F. de Azevedo, conhecido por sua luta em defesa do meio ambiente, faz parte do movimento, e já defendeu no passado, que o projeto São Cristóvão II, com uma potência instalada de 37.000 kW, representa uma ameaça significativa à biodiversidade local e ao modo de vida dos moradores da região. O referido projeto da UHE São Cristóvão II está registrado no processo 48500.000142/2022-86 e tem o objetivo de barrar o Rio Ivaí na sub-bacia 64, na bacia hidrográfica do Rio Paraná, no referido município de São João do Ivaí. A Arena Participações Societárias Ltda., empresa responsável pelos estudos, já tem protocolo no Instituto Água e Terra do Paraná (IAT) para avançar com a solicitação de autorização, o que ocorreu após o aval da Agência Reguladora. A professora Simone Quiesi, de Lidianópolis e integrante do movimento, destacou que se o projeto de São Cristóvão II for aprovado, abrirá precedentes para outros empreendimentos hidrelétricos na região, como a UHE Lajeadão II e outras menores em afluentes como os rios Alonso, que passa por Grandes Rios, e Rio Bom, que está no limite de alguns municípios como Novo Itacolomi, Borrazópolis, Rio Bom, Kaloré, Cruzmaltina e outros. Quiezi alerta para os impactos negativos que tais barragens trariam, incluindo prejuízos à agricultura e à biodiversidade local, além da perda da beleza natural dos rios transformados em lagos artificiais. Diante desta situação, o Movimento Pró Ivaí/Piquiri está pedindo apoio da comunidade, líderes locais e representantes políticos para impedir a instalação das barragens. O movimento acredita que a união da comunidade e das autoridades é crucial para preservar o meio ambiente e o modo de vida no Vale do Ivaí. A luta contra a instalação de usinas hidrelétricas no Rio Ivaí e seus afluentes é um exemplo de mobilização comunitária em defesa do meio ambiente. A resistência dos moradores e pesquisadores destaca a importância de se considerar os impactos ambientais e sociais de grandes projetos de infraestrutura
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