03/06/2024

Professores ocupam assembleia para impedir votação do projeto Parceiros da Escola


Colégio Idália em Ivaiporã 
Professores, servidores e alunos da rede estadual do Paraná ocuparam a Assembleia Legislativa do Paraná (Alep) nesta segunda-feira, dia 03 de junho de 2024,  durante uma manifestação contrária ao projeto de lei que propõe a terceirização da gestão administrativa de 200 colégios públicos. O incidente ocorreu após os manifestantes forçarem a entrada no prédio, quebrando uma porta de vidro e se dirigindo às galerias da Assembleia. No início da manhã, os manifestantes se reuniram na Praça Santos Andrade, no Centro de Curitiba, e seguiram em caminhada até a Alep, onde o projeto seria avaliado em plenário pelos deputados estaduais. A tramitação do projeto ocorre em regime de urgência. Após a invasão, o presidente da Alep, deputado Ademar Traiano (PSD), suspendeu temporariamente a sessão. Os manifestantes gritavam palavras de ordem e acusavam o presidente de "ladrão". A mobilização é liderada pela APP Sindicato, que afirma que o movimento grevista se deve ao programa Parceiro da Escola. Inspirado em modelos educacionais internacionais adotados em países como Estados Unidos, Inglaterra, Espanha e Coreia do Sul, o programa prevê parcerias para que gestores escolares se dediquem exclusivamente às atividades pedagógicas, visando melhorar o aprendizado dos estudantes. O projeto de lei propõe um modelo democrático, com consulta a pais, estudantes, professores e diretores antes da efetivação. O programa não afetará escolas indígenas, quilombolas, em ilhas ou cívico-militares. O sindicato destaca que a greve foi aprovada em assembleia geral extraordinária no dia 25 de maio, com a participação de mais de 4,5 mil educadores. Os educadores rejeitam a terceirização da educação básica do Paraná e criticam a falta de diálogo do governo sobre pautas importantes, como o pagamento da Data-Base e a defasagem salarial acumulada de mais de 39% nos últimos anos. Segundo a APP Sindicato, as 200 escolas sob risco de terceirização têm cerca de 175 mil matrículas. As empresas contratadas para a gestão dessas escolas devem receber R$ 800 por mês por estudante matriculado, totalizando R$ 140,5 milhões mensais e R$ 1,7 bilhão anuais. O Governo do Paraná defende o programa Parceiro da Escola como uma medida para melhorar a eficiência das atividades pedagógicas nas escolas estaduais. O programa está atualmente em implementação piloto no Colégio Estadual Aníbal Khury, em Curitiba, e no Colégio Estadual Anita Canet, em São José dos Pinhais. A situação permanece tensa, com os educadores prometendo continuar a luta contra a terceirização e exigir melhores condições para a educação no estado.

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