07/02/2010

Cerca de 200 pessoas ligadas ao MST ocupam fazenda em Ponta Grossa

Henry Milléo / Agência de Notícias Gazeta do Povo / MST finca a bandeira em fazenda em Ponta Grossa, ocupada neste sábado (6)
MST finca a bandeira em fazenda em Ponta Grossa, ocupada neste sábado (6)
Um grupo de aproximadamente 200 pessoas ligadas ao Movimento dos Trabalhadores Rurais Sem-Terra (MST) ocupou na madrugada deste sábado (6) uma fazenda na região do Botuquara, no município de Ponta Grossa. Seguranças armados teriam reagido à entrada dos sem-terra, inclusive com tiros, no entanto, a Polícia Militar em ponta Grossa, que já se deslocou para a fazenda, não confirma se houve enfrentamento A ocupação aconteceu por volta de cinco horas da manhã, num terreno ao lado de outro acampamento do MST, o Emiliano Zapata. As primeiras informações dão conta de que a propriedade seria do tenente-coronel reformado da Polícia Militar Valdir Copetti Neves, que já tem condenação judicial por liderar milícias armadas no interior do Paraná. Até o momento, não há informações sobre feridos ou mortos. Esta não é a primeira vez que sem-terra ocupam uma área pertencente a Copetti Neves. Em 2005, o MST já havia comandado uma ocupação a um sítio de 60 alqueires do tenente-coronel. Copetti Neves foi condenado em dezembro passado pela Justiça Federal no estado a cumprir pena em regime fechado por 18 anos e 8 meses. A sentença foi da juíza Sílvia Re­­gina Salau Brollo, da 1.ª Vara Fe­­deral em Ponta Grossa. Copetti foi acusado pelo Ministério Público de montar uma milícia armada para proteger fazendas em Ponta Grossa e por ser mentor de uma série de ações contra o acampamento de sem-terra no sítio São Francisco II, de sua propriedade. Todos os réus poderão recorrer em liberdade. Ao todo, 19 pessoas foram de­­nunciadas, sendo 10 condenadas. “Ele (o tenente-coronel reformado Copetti Neves) teria contratado uma espécie de milícia para agir contra o MST, inclusive com três PMs aposentados, para fazer ‘ronda’ na região. A justificativa seria prevenir roubos”, relatou na época o procurador da República Oswaldo Sowek Júnior. Conforme denúncia do procurador Alessandro José Fernandes de Oliveira, o grupo para-militar foi formado em outubro de 2004, quando houve a extinção do programa de patrulhas rurais no estado. O serviço contemplava patrulhamento armado e era remunerado, realizado com armamento sem registro e de origem estrangeira, conforme o MP. Segundo a sentença da juíza, ficou provado que membros do grupo praticaram os crimes de tráfico internacional de armas, exercício arbitrário das próprias razões, constrangimento ilegal e formação de quadrilha. Quando da condenação, a reportagem da Gazeta do Povo entrou em contato com o coronel Valdir Copetti Neves, mas ele desligou o celular, dizendo apenas “não sei de nada”.

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