02/02/2013

ELEIÇÃO NO SENADO: "Um acusado no poder"

Renan Calheiros volta à presidência do Senado 5 anos depois de ter renunciado ao cargo
Em uma votação secreta, Renan Calheiros, do PMDB de Alagoas, foi eleito nesta sexta-feira (1º), presidente do Senado para um mandato de dois anos. O senador Renan Calheiros, do PMDB de Alagoas, distribuía sorrisos a aliados, ainda em clima de campanha. E logo vieram as críticas por causa da denúncia do Ministério Público Federal contra ele. “Ele se elege hoje, e quarta feira, quinta feira, o presidente do Supremo aceita a representação e inicia um processo lá. E iniciando um processo lá, no Supremo Tribunal Federal, vai iniciar um processo aqui, é evidente. Vamos repetir um filme que já aconteceu”, disse o senador Pedro Simon (PMDB-RS). Aliados subiram à tribuna para defender o senador. “Nós vivemos um estado democrático de direito, em que todos temos os direitos assegurados. E, mais do que isso, temos o direito à ampla defesa; em que ninguém pode ser prejulgado e condenado sem que antes exerça o seu legítimo direito de defesa”, declarou o senador Eduardo Braga (PMDB-AM).  No discurso antes da votação, Renan falou sobre ética. “A ética não é objetivo em si mesmo. O objetivo em si mesmo é o Brasil, o interesse nacional. A ética é meio, não é fim. É obrigação de todos nós”, afirmou ele. No fim de 2007, Renan Calheiros renunciou à presidência do Senado em meio a acusações de que um lobista pagava a pensão de sua filha. Nesta sexta, a revista Época trouxe o conteúdo da denúncia contra Renan, encaminhada pelo procurador-geral da República ao Supremo Tribunal Federal. O senador é acusado de peculato, falsidade ideológica e uso de documento falso. Segundo a denúncia, Renan apresentou ao Senado notas frias e documentos falsificados para justificar a origem dos recursos que o lobista de uma empreiteira entregava em dinheiro vivo à mãe de sua filha, a título de pensão. Segundo a revista, o procurador Roberto Gurgel também acusa Renan pelo desvio quase R$ 45 mil do Senado. Nesse caso, conforme a denúncia, também usou notas frias para justificar o desfalque nos cofres públicos. Em entrevista gravada por celular, o procurador-geral comentou a denúncia. “Peculato é essencialmente em relação à utilização daquela verba de representação que eles têm, e cuja a utilização tem que ser comprovada. Ele comprovou isso com notas frias, e o serviço, na verdade, não foi prestado. Por isso, caracteriza peculato”, afirma Gurgel.  Renan não comentou a denúncia. Ganhou a disputa com folga: recebeu 56 votos. O senador Pedro Taques, do PDT de Mato Grosso, do grupo independente, teve 18.

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