BRASÍLIA - Impeachment

Chapa alternativa da oposição é eleita para a comissão do impeachment e o clima continua quente em Brasília 

O plenário da Câmara começou a eleger nesta terça-feira (8 de dezembro) a comissão que vai analisar o pedido de impeachment da presidente Dilma. Parte da oposição e uma ala dissidente do PMDB conseguiram aprovar uma chapa alternativa, com nomes favoráveis ao impeachment.  Teve de tudo no plenário. Briga, bate-boca, palavrão. Muita confusão até parte da oposição e deputados pró-impeachment ganharam a eleição para compor a comissão que vai analisar o processo de impeachment da presidente Dilma.   O dia já começou muito tenso. O que estava em jogo era a comissão especial, que tem que ser formada por 65 deputados eleitos no plenário. Eram duas chapas.  Na segunda-feira (7 de dezembro), parte da oposição e dissidentes do PMDB ficaram insatisfeitos com as indicações dos líderes. Consideraram que os nomes apresentados oficialmente eram nitidamente contra o impeachment. Depois de uma reunião com todos os líderes, o presidente da Câmara, Eduardo Cunha, encontrou uma brecha no regimento e autorizou a formação das duas chapas.  (Continue lendo no link abaixo)
  A Chapa 1, indicada pelos líderes e com perfil governista, tinha 47 deputados de 19 partidos. Entre eles, o PT, PMDB, PR e PCdoB. O PT indicou dois líderes, José Guimarães e Sibá Machado. O PMDB indicou o líder Leonardo Picciani e outros sete deputados pró-governo.    A Chapa 2, formada por deputados favoráveis ao impeachment, entrou na eleição com 39 deputados de 13 partidos. Como o Democratas, o PSDB, o Solidariedade e, de novo, o PMDB, desta vez com oito deputados pró-impeachment. Democratas e PSDB também indicaram seus líderes, Mendonça Filho e Carlos Sampaio.  As chapas foram formalizas nesta terça-feira (8 de dezembro). O prazo final era 14h. A movimentação entre governistas e oposição foi intensa.   Faltavam dez minutos para o prazo final, quando deputados da oposição e dissidentes da base aliada foram quase em passeata registrar a chapa.    A votação foi aberta por volta das 17h30. E já começou com muita confusão. Governistas queriam adiar tudo, mas não conseguiram. O presidente Eduardo Cunha iniciou a votação. Eram 14 cabines, com votação secreta. Foi o caos. Houve um piquete em frente às urnas. Governistas não deixavam ninguém votar. Pelo menos duas urnas foram quebradas. O clima esquentou mesmo. Houve bate-boca, briga. O áudio da sessão e da transmissão pela TV Câmara foi cortado por Eduardo Cunha. O deputado Alessandro Molon, da Rede, disse que foi um ato de censura de Cunha.   Cunha disse que cortou apenas o áudio do plenário e que não sabia que isso cortaria a transmissão.  A confusão continuou. E em meio ao tumulto, o presidente da Câmara anunciou o resultado: “Chapa 2: 272 votos, Chapa 1: 199 votos. É o resultado. Eleita a Chapa 2”.  A Chapa eleita tem 39 deputados, mas para que a comissão especial comece a funcionar são necessários 65 deputados. Então, vai ser necessária uma nova eleição para preencher as vagas restantes. O PT, por exemplo, que não indicou nenhum nome para a Chapa vencedora, agora vai ter que indicar oito deputados. A nova eleição será na quarta-feira (9).