02/04/2016

ARTIGO - Dom Celso Antonio Marchiori, de Apucarana

O amor é mais forte que a morte
Estamos celebrando a maior festa religiosa do ano litúrgico, a Páscoa. Essa festa se estenderá até a solenidade de Pentecostes que neste ano será no dia 15 de maio.
    A Páscoa, celebração da gloriosa Ressurreição de Jesus Cristo, de sua vitória sobre o pecado e a morte e sobre a aparente derrota da Cruz, é o ápice da vida litúrgica. Com sua vitória triunfante, por sua ressureição gloriosa, Jesus nos garante a nossa vitória e a nossa ressurreição. Ficamos tristes e lamentamos sua dolorosa Paixão, mas nos alegramos imensamente com sua vitória final, com sua Ressurreição.   Jesus é a maior prova do amor de Deus por nós: “Com efeito, de tal modo Deus amou o mundo, que lhe deu seu Filho único, para que todo o que nele crer não pereça, mas tenha a vida eterna” (Jo 3, 16). E Jesus de tal forma nos amou que deu sua vida por nós. Quão grande é a misericórdia do Senhor por todos nós! Sua misericórdia é eterna, sem fim.  Já experimentamos aqui, enquanto peregrinamos, a força da ressurreição. Mas um dia a experimentaremos plena e definitivamente. No entanto, para vencermos com Jesus precisamos aprender a sofrer com ele: “Quem quiser vir após mim, renuncie a si mesmo, tome a sua cruz e siga-me” (Mt 16, 24). Como lidamos com o sofrimento? Acolhemos ou simplesmente ficamos reclamando e tentando nos livrar dele a qualquer custo? Existem sofrimentos que devemos, de fato, buscar uma solução. Deus nos quer vivendo e que nossa vida seja saudável. E todos, como Jesus fazia e sempre faz, por meio de sua Igreja, devemos investir, unir forças, para favorecer a vida de todas as pessoas. A Misericórdia de Deus se manifesta através de nossas ações. E nossas ações em favor da vida são sinais concretos de nossa fé em Cristo que sofreu, morreu e ressuscitou para vivermos com ele. E Jesus nos deu vida em abundância (Cf. Jo 10, 10).   Mas às vezes, por algum motivo que desconhecemos, precisamos acolher e enfrentar com alegria o peso da cruz. Sobretudo quando o sofrimento é consequência de nossa opção por Cristo e pelo seu Evangelho. Quando nos direcionamos à luz do evangelho e, com todas a forças, queremos viver seus ensinamentos, não podemos evitar os sofrimentos que se originam desta nossa opção. Quem quiser viver o Evangelho de verdade vai sofrer e esse tipo de sofrimento é salvífico. É um sofrimento que gera vida, como o de nossas mães.   Não tenhamos medo, portanto, nem da morte. A morte não foi a última palavra a respeito da vida de Jesus e nem será da nossa. A morte é apenas um passo para a vida eterna. O Calvário não acabou com a vida de Jesus. Mas foi a vitória do Céu sobre o Inferno, do amor sobre o ódio, da alegria sobre a tristeza e a vitória de tudo o que é bom, segundo o evangelho, sobre tudo o que é bom, segundo o mundo. Foi o início de uma redenção, de uma nova vida. A Páscoa é, portanto, a festa da alegria e a da esperança de uma vida totalmente nova. Desde o nosso batismo estamos vivendo da Páscoa do Senhor. No batismo, mergulhamos no Mistério Pascal de Cristo e por esse mistério, com todas as suas consequências, devemos viver até à morte. O amor é mais forte que a morte.  Com o Papa Francisco pedimos a Jesus vitorioso que alivie os sofrimentos de tantos irmãos que são perseguidos por causa do seu nome, bem como de todas as famílias que sofrem injustamente as consequências dos conflitos e das violências que estão acontecendo em todas as partes do mundo.  Que Jesus Ressuscitado reacenda e fortaleça em nós a esperança. “Sejam alegres na esperança, pacientes na tribulação e perseverantes na oração” (Rm 12, 12). Deus abençoe nossas famílias.   (Por Dom  Celso Antônio Marchiori, Bispo da Diocese de Apucarana)

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