Com apoio da Sanepar, programa da prefeitura remunera proprietários rurais e provoca aumento na vazão do Rio Pindaúva

Como diz o nome do projeto, a preservação das nascentes tem garantido que a água utilizada para abastecimento público chegue mais limpa à estação de tratamento da cidade. Isso representa uma economia no uso de produtos químicos no processo de tratamento. Para se ter uma ideia, em 2015, a estação de tratamento de água de Ivaiporã utilizou, durante todo o ano, 43,7 mil litros do coagulante Policloreto de Alumínio (PAC). Em 2016, foram 37,8 mil litros, uma redução de 13,48%, embora a produção de água tenha aumentado. A quantidade do PAC está diretamente relacionada à qualidade da água in natura (do rio) que chega à estação de tratamento. “Isso se deve, sem dúvida, ao projeto Cultivando Água Limpa”, afirma o gerente da Sanepar em Ivaiporã, Gilberto Taborda. Além de economizar em produtos químicos, a Sanepar não precisou mais paralisar a produção de água por causa da turbidez em dias de chuva, devido à melhoria da qualidade do rio. “Antes, qualquer chuvinha já arrastava uma grande quantidade de terra para o rio e elevava o índice de turbidez. Na estação, a água chegava tão enlameada que não dava para tratar”, diz o gerente da Sanepar em Apucarana, Luiz Carlos Jacovassi, que gerenciava a unidade de Ivaiporã quando foi implantado o projeto. A Sanepar produz hoje, diariamente, 7 milhões de litros de água, o mesmo volume que foi acrescido ao Pindaúva com as nascentes recuperadas. “Isso significa que, em períodos de estiagem, o volume do rio é suficiente para o abastecimento público”, afirma Jacovassi. Para o secretário Jayme Ayres, com esse maior volume de água, a cidade torna-se mais atrativa para indústrias. “Estamos começando a construção de um parque industrial e a oferta de água é importante para a atividade econômica, além, é claro, de poder absorver um aumento de população”, avalia. Agricultores satisfeitos – Em sua propriedade de 56 alqueires, o produtor Virgilino Hessmann já fez o trabalho de recuperação de oito nascentes, e ele afirma que existem outras cadastradas que vão passar pelo processo de recuperação. “Agora a água não tem mais nenhuma sujeira, ela chega mais limpa em casa. Aumentou também a quantidade da água”, conta. O primeiro agricultor a aderir ao projeto, Valdir Soares Machado, dono de 2,5 alqueires, conta que não fazia ideia de que havia tanta água em sua propriedade. Já fez a recuperação de duas nascentes, que estavam soterradas, e ainda tem mais três a serem recuperadas. “Ver a água jorrar foi muito lindo. Antes, a gente demorava 10 minutos para encher uma garrafa de 2 litros. Agora, a água é incessante, abastece a minha casa e, quando meus parentes vêm aqui, eles levam água pra cidade. O poço agora é só para lavar roupa e para a criação”, conta. O funcionário Márcio José Zanarda, que trabalha no Departamento de Meio Ambiente, é responsável pela fiscalização do projeto nas propriedades. Ele trabalhou em todas as propriedades para identificar as minas d'água. “Adoro este trabalho, pois consigo ver o benefício. Fico maravilhado, porque os resultados não são apenas para os produtores, mas para toda a população.”
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