12/03/2019

MARIELLE FRANCO - PRESOS ACUSADOS DA MORTE

PM reformado e ex-PM são presos no Rio, suspeitos de matar Marielle Franco e Anderson Gomes
                A Polícia Civil e o Ministério Público do Rio de Janeiro prenderam, nesta terça-feira (12 de março), um policial militar aposentado e um ex-PM acusados de matar a vereadora Marielle Franco e o motorista Anderson Gomes. O assassinato que completa um ano nesta quinta (14 de março, de 2019). A polícia chegou à porta de um condomínio no início da madrugada. Ficou de prontidão. Havia informações de que o homem acusado de ter matado Marielle Franco e Anderson Gomes tinha sido avisado e fugiria. Por volta das 4h, ele tentou sair de casa e foi pego. Ronnie Lessa é um sargento aposentado da Polícia Militar, de 48 anos. "O próprio Ronnie Lessa, quando foi preso, reconheceu, informalmente, que ele tinha sido avisado. Essa operação seria nesta quarta-feira (13). Em razão de rumores de que teria sido vazada, então, nós antecipamos para a data de hoje”, revelou Simone Sibílio, coordenadora do Gaeco do MP-RJ. Ronnie Lessa começou a ser investigado somente em outubro. Em 1998, ele recebeu uma homenagem na Assembleia Legislativa do Rio, por ter participado da prisão de um homem. Há dez anos, ele perdeu uma das pernas num atentado. Uma bomba explodiu quando ele dirigia um carro. A polícia suspeita que Lessa tenha envolvimento com contraventores e milicianos e que atue também como um matador de aluguel. "A gente pode dizer que o nome dele já surgiu em relação a alguns outros homicídios mercenários, sim. Agora, ele responde por algum homicídio em relação a isso? Há várias investigações - no Gaeco tramitam alguns homicídios - e que, evidentemente, todas as linhas serão checadas”, afirmou Simone. Ronnie Lessa mora na Barra da Tijuca, no mesmo condomínio onde o presidente Jair Bolsonaro tem casa. Depois da prisão, os policiais fizeram uma varredura na casa de Ronnie Lessa. Usaram detectores de metal para vasculhar o solo, abriram bueiros, examinaram a caixa d’água e, no fim, apreenderam documentos, celulares, computadores e uma pistola. Também levaram para a delegacia um carro importado e blindado, com R$ 60 mil dentro. O segundo alvo dos investigadores também tentou sair de casa no meio da madrugada, mas foi preso na esquina, na Zona Norte do Rio. Élcio de Queiroz, de 46 anos, é um ex-PM, expulso da corporação em 2015 depois de ser preso numa operação contra uma milícia. Segundo a polícia, Élcio foi o motorista do carro usado no assassinato de Marielle Franco e Anderson Gomes. “O Élcio foi preso também portando munição, calibre 556. O Élcio foi preso portando arma”, falou a coordenadora do Gaeco. Os dois foram denunciados por homicídio duplamente qualificado e por uma tentativa de homicídio. A vereadora e o motorista foram assassinados depois de um evento no Centro do Rio, na noite de 14 de março de 2018. A assessora de Marielle, que estava no carro, sobreviveu ao ataque. Os bandidos usavam um Cobalt prata. Marielle foi atingida por quatro tiros na cabeça; Anderson levou três nas costas. A busca por provas não se restringiu às casas dos presos. Na operação desta terça foram cumpridos 32 mandados de busca e apreensão. A polícia afirma que Ronnie Lessa atua de maneira diversificada no mundo do crime. Segundo os investigadores, o material encontrado num desses locais levanta suspeitas de que o PM reformado seja um traficante de armas. Numa casa na Zona Norte, a polícia aprendeu 117 fuzis. As armas novas estavam desmontadas. Os policiais prenderam Alexandre de Souza em flagrante no depósito. Ele disse que é amigo de Ronnie Lessa. “Eu não tenho ideia do que é, está tudo lacrado, cara. Ele falou que ia buscar isso no mês seguinte. Você pode ver que está tudo lacrado, não meti a mão em nada. Eu confiei nele, acreditei nele”, diz Alexandre em imagens gravadas pelos policiais no momento em que as caixas estavam sendo abertas. “Uma pessoa que possui aquele arsenal que ele possui é uma pessoa que tem, evidentemente, uma personalidade violenta”, destaca Simone Sibílio. Os advogados, tanto de Ronnie Lessa quanto de Élcio de Queiroz, negam todas as acusações. “Conversei com ele sim, coisa muito rápida. Só que delegado não está aqui nesse momento e não deu acesso para eu ter oportunidade de conversar com ele melhor. Mas ele nega de forma veemente que tenha feito qualquer tipo de assassinato”, disse Fernando Santana, o advogado de Lessa. “O Élcio não estava nem nesse dia. Eu tenho certeza que não tem foto dele no carro e muito menos gravação dele nesse dia lá. Tenho certeza que a vítima que sobreviveu não vai reconhecer meu cliente”, afirmou o defensor de Queiroz. Essa megaoperação da Polícia Civil e do Ministério Público do Rio foi batizada de Lume, uma referência a uma praça no Centro do Rio onde Marielle tinha encontros políticos e desenvolvia projetos sociais. (Jornal Nacional)

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