O advogado Raphael Chamorro, que promove a defesa da vereadora de Cambira, Aline dos Santos Macedo, e o marido dela, Vilson Sebastião da Silva, presos durante operação da Polícia Civil, que repercutiu até a imprensa estadual, informou que seus clientes estão liberdade deste o dia 15 de maio. A defesa também sustenta que não há nenhuma ligação com tráfico de drogas, como chegou a ser noticiado, e que a prisão apenas se sustenta por uma acusação de inconsistências de movimentações financeiras sem devida declaração ao fisco, fatos que serão esclarecidos ao longo do processo. Um segundo advogado, Dr. Lucas Chamorro de Oliveira, também atua como defesa. SOBRE O CASO - Naquela data, a Polícia Civil do Paraná (PCPR) prendeu seis integrantes de uma suposta organização criminosa ligada à lavagem de dinheiro decorrente de tráfico de drogas. A ação foi deflagrada na manhã do dia 23 de abril, em cinco cidades do Norte do Estado. Estima-se que mais de R$ 20 milhões de origem ilícita foram movimentados pelos suspeitos ao longo de oito anos. A ação aconteceu simultaneamente nos municípios de Apucarana, Londrina, Cambira, São João do Ivaí e Borrazópolis. Durante o cumprimento dos mandados de busca foram apreendidos dois veículos de alto padrão, R$ 15 mil em dinheiro, nove celulares, documentos, uma arma de fogo, uma máquina de contar dinheiro e máquinas de cartão em nome de terceiros. Ação contou com a atuação de mais de 100 policiais civis, além de cães da PCPR. Também foram decretadas medidas patrimoniais de sequestro de imóveis, que incluem um apartamento de R$ 2 milhões, bem como o bloqueio de bens e valores existentes em contas bancárias e aplicações financeiras dos suspeitos. A organização criminosa, segundo a nota divulga no site da Agência Estadual de Notícias, era chefiada por uma vereadora e o marido, de Cambira, que foram presos preventivamente. Entre os que foram presos está uma advogada e laranjas do esquema. DISSIMULAR - As investigações, iniciadas em março de 2023, apontam que os suspeitos utilizavam diversas formas para dissimular a procedência dos ganhos financeiros de forma ilícita. "Apurou-se que o principal esquema financeiro para promover a lavagem de dinheiro proveniente do tráfico de drogas era a constituição e aquisição de diversos estabelecimentos comerciais, dentre estes, postos de combustíveis nos municípios de Apucarana, São João do Ivaí e Borrazópolis", explica o delegado Ricardo Casanova. Os valores de origem supostamente ilícita eram colocados no sistema financeiro por meio de circulação de maneira fracionada. Além disso, eram realizadas liquidação de operações de crédito e a aquisição de combustíveis. "O patrimônio era incompatível com o que era declarado por eles. Verificamos que praticamente todos os valores que entravam na conta dessas pessoas não tinham a origem comprovada. Circulavam milhões de reais enquanto eles declaravam ganhos de R$ 14 mil a R$ 30 mil anuais", afirma o delegado. Crimes suspeitos, associação criminosa e de lavagem de dinheiro, com penas que podem passar de dez anos de reclusão. As investigações seguem a fim de apurar outros fatos e identificar mais envolvidos.
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