Na manhã do dia 29 de agosto de 2024, a Polícia Civil do Paraná (PCPR) deu início à Operação "Baby Shark" para desmantelar uma organização criminosa estruturada que atuava há mais de uma década na cidade de Apucarana e em outras regiões. A operação, coordenada pela 17ª Subdivisão Policial (SDP) de Apucarana e liderada pelo delegado-chefe Marcus Felipe da Rocha Rodrigues, mobilizou 245 agentes da Polícia Civil, uma aeronave, e cinco cães farejadores. Realizada simultaneamente nos estados do Paraná e Santa Catarina, a operação cumpriu um total de 172 mandados judiciais, incluindo 69 mandados de prisão preventiva, 63 de busca e apreensão, e 40 ordens judiciais de bloqueio de contas bancárias. Durante um ano de investigações, a 17ª SDP de Apucarana descobriu que a organização criminosa, conhecida como ORCRIM, operava como uma "empresa criminosa" com uma complexa estrutura dividida em núcleos específicos, cada um responsável por diferentes operações, como tráfico de drogas, lavagem de dinheiro e financiamento para o tráfico. Esses núcleos controlavam centenas de pontos de venda de drogas em imóveis invadidos ou alugados, muitos dos quais estavam equipados com sistemas avançados de videomonitoramento para fiscalizar as vendas de drogas e monitorar as ações das forças de segurança a distâncias de até 5 km. Além do tráfico, a organização também estava envolvida em uma série de crimes violentos, incluindo torturas e homicídios. De acordo com o delegado Marcus Felipe da Rocha Rodrigues, a ORCRIM havia consolidado uma hegemonia na cidade de Apucarana, dominando territórios e contribuindo para um aumento significativo no número de homicídios. "Essa organização criminosa já existia aqui em Apucarana há um bom tempo, eles vinham de certa forma ganhando espaço na cidade, dominando territórios que não eram deles. Em razão dessa organização criminosa, nós tivemos um aumento no número de homicídios na cidade, razão pela qual foi necessário realizar uma investigação específica para desarticular essa organização", destacou o delegado. A investigação, conduzida pelo delegado operacional Dr. Ricardo Mendes, de Faxinal, onde também ocorreu uma prisão efetuada pela equipe da Civil, e com o apoio do delegado adjunto Dr. André Garcia, foi complexa e exigiu análise detalhada de contas bancárias e outros elementos de prova. Durante a operação, diversos veículos de alto padrão utilizados pelos membros da organização criminosa foram apreendidos, bem como um arsenal de armas de fogo, incluindo pistolas e armas longas. A organização criminosa também promovia rifas e produzia videoclipes de funk que exaltavam seus líderes e exibiam seu poderio bélico. Ao longo das investigações, ficou comprovado que a ORCRIM movimentou mais de 17 milhões de reais por meio de transações por PIX e máquinas de cartão de crédito, além de uma quantia em dinheiro em espécie que se acredita ser o dobro desse valor. O núcleo financeiro da organização realizou mais de 52.000 transações bancárias em apenas dois anos, utilizando diversas contas bancárias para dificultar o rastreamento e esconder as lideranças. As prisões realizadas durante a operação incluíram tanto as principais lideranças da organização quanto membros dos núcleos financeiro e operacional, além dos "soldados" que ajudavam a manter a "máquina criminosa" funcionando. Os líderes da ORCRIM foram presos na cidade de Ortigueira, com apoio operacional da delegacia local, do grupo Tigre de Curitiba, e de agentes de polícia de várias regiões. Em razão da periculosidade dos líderes, foi determinada a transferência para estabelecimentos federais de segurança máxima. Segundo o delegado Marcus Felipe da Rocha Rodrigues, a operação foi um sucesso: "Foram 69 mandados de prisão cumpridos e outros sequestros de bens e cautelares solicitados. Conseguimos efetuar a prisão de 37 indivíduos que pertencem a essa organização criminosa, incluindo seus líderes". A Polícia Civil, em colaboração com o Ministério Público e o Poder Judiciário, reafirmou seu compromisso de extirpar essa organização criminosa, que aterrorizava a população local com violência e medo. A Operação "Baby Shark" representa um golpe contra o crime organizado, trazendo um alívio significativo para os moradores de Apucarana e região, que viveram sob o terror imposto pela ORCRIM por mais de uma década. Detalhes adicionais sobre a operação serão fornecidos em uma coletiva de imprensa a ser realizada na sede da 17ª SDP em Apucarana, conforme anunciado pela Assessoria de Imprensa da Polícia Civil.
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