A terra treme em Primeiro de Maio | |
Cidade que completa hoje 95 anos da chegada dos primeiros colonizadores é afetada por estrondos que fazem a terra balançar | |
Primeiro de Maio - Um fenômeno estranho está intrigando os moradores de Primeiro de Maio, município de 11.126 habitantes no extremo norte do Paraná e que hoje completa 95 anos da chegada de seus primeiros pioneiros, os quais deram origem ao município e ao nome atual em 1º de Maio de 1915. Há quatro dias, o chão tem tremido com certa depois de estrondos parecidos com trovões. O bairro mais afetado com os tremores é o Santana 2000, que fica próximo ao Terminal Turístico da cidade (Paranatur). Segundo a vendedora Maria Rita de Cássia Moraes, 43 anos, o abalo mais forte aconteceu na madrugada de quinta-feira. ''Até a televisão tremeu'', relata. ''Antes de balançar, faz um barulho. É algo que deixa a gente e as crianças, principalmente, assustados, pois não sabemos o que está acontecendo'', completa. A aposentada Dolores Bavia Rondo, 81, diz que já nem se assusta mais com os tremores, de tão frequentes. ''No primeiro dia, achei que a casa ia cair, mas agora já nem estou ligando mais'', diz. A suspeita dos moradores é de que os tremores sejam causados pelo reservatório da Usina Hidrelétrica de Capivara, cujo reservatório tem 576 km quadrados e alaga boa parte do município. A barragem da usina fica no Rio Paranapanema entre Porecatu e Taciba (SP). A desconfiança aumenta pelo fato de os mais antigos contarem que à época do represamento, em 1978, aconteceram diversos abalos semelhantes. ''Naquela época teve casa que rachou e gente que foi embora com medo'', recorda Dolores. O consultor de relações institucionais da Duke Energy, empresa que controla a usina de Capivara e outras sete hidrelétricas no Paranapanema, André Guimarães, disse que foi procurado pelo prefeito da cidade. ''Explicamos a ele que não houve nenhum dano à parte estrutural da usina e que os nossos empregados não perceberam nenhum tipo de tremor. Nos 10 anos que administramos a usina nunca registramos abalo. Mesmo assim providenciamos para que um técnico recolhesse os dados do sismógrafo que temos na área. Enviamos o material ao Instituto de Pesquisa Tecnológica, em São Paulo, e aguardamos resposta'', declarou. A Duke Energy confirmou que quando a usina foi construída houve o registro de abalos de baixa magnitude, que não representaram riscos ao empreendimento ou às populações do entorno. ''Essas movimentações são consideradas normais e fazem parte da construção de qualquer usina hidrelétrica. A eventual variação do volume de água no reservatório Capivara não tem nenhum tipo de relação com tremores de terra'', diz a nota da empresa. O Observatório de Sismologia da Universidade de Brasília (Obsis-UnB) faz o monitoramento em todo o país e confirmou que pequenos tremores nas proximidades de grandes reservatórios de água são comuns. Normalmente, estes abalos não causam danos relevantes, mas, mesmo assim, essas áreas são monitoradas como medida de segurança. No caso da represa formada pela Usina Capivara, em Primeiro de Maio, o órgão responsável pelo monitoramento é o IPT, para o qual a Duke enviou os dados de seu sismógrafo. A FOLHA contatou a assessoria do órgão, mas o técnico responsável não foi localizado. |
01/05/2010
DESTAQUE BONDE NEWS-
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