27/07/2017

POLÊMICA - Promotor diz que Usina Hidrelétrica no Ivaí é mau negócio

EXCLUSIVO - Promotor  Robertson de Azevedo, do Centro de Apoio de Defesa do Meio Ambiente do Paraná, disse que a barragem do Rio Ivaí, entre Jardim Alegre e Grandes Rios, vai gerar prejuízos e impactos ambientais 
ENTREVISTA - Ouça  entrevista exclusiva no link de vídeo. Dr. Robertson de Azevedo falou ao repórter Ronaldo Senes   
 O repórter Ronaldo Alves Senes, o "Berimbau", da Rádio Nova Era / Vale do Ivaí e responsável pelo portal "Blog do Berimbau", com mais de um milhão de acessos/mês na região de Ivaiporã e Apucarana, entrevistou neste dia 27 de julho, de 2017, o Promotor de Justiça, Dr. Robertson de Azevedo, que atualmente trabalha no Centro de Apoio das Promotorias de Defesa do Meio Ambiente do Paraná. O tema em debate,  foi a polêmica construção de uma barragem no Rio Ivaí, onde há interessados em construir uma PCH - Pequena Central Hidrelétrica. No dia 18 de julho, de 2017, ocorreu uma espécie de audiência pública, em Jardim Alegre, realizada por investidores com o objetivo de conseguir a anuência para realização de estudos e, em seguida, a construção da referida barragem na região da Corredeira da Jararaca, divisa entre Jardim Alegre e Grandes Rios. Fala-se em investimentos de 180 milhões em uma PCH com potência de 28,1 megawats dia e área de reservatório de 259 hectares, sendo 182 do próprio leito do rio, e 77 hectares fora do leito, inundando propriedades rurais. Ao final da reunião, os presentes deram a anuência, mais outras audiências são obrigatórias para execução do projeto. Em Grandes Rios, os moradores foram mais prudentes e não deram o aval em um primeiro momento. Dr. Robetson disse que irá agendar eventos com as comunidades dos dois municípios para que elas sejam informadas do péssimo negócio que é barrar o rio, e que ao contrário do que pregam os empresários, os municípios ficam no prejuízo. "Quem terá a propriedade alagada, vai ter que vender suas terras pelo valor do ITR declarado, que geralmente é bem menor do que o valor real da terra, isso os investidores não falaram na audiência. O dinheiro que o município receberá e menos do que as propriedades já produzem com suas atividades de agricultura e pastagens e vou passar a fórmula para que os prefeitos possam fazer a conta. Isso além do dano ambiental, a barragem provoca a extinção de espécies que precisam subir o rio para desovar", Afirmou  o promotor que alega que em média, cada município ficará com apenas 1,40% de lucro da energia produzida, que será entre 15 e 28 megawats. Também salientou que a reunião, em Jardim Alegre, comprovou a efetividade das atividades do movimento Pró Ivaí/Piquiri, que luta para proteger estes rios,  pois apesar da promoção do evento pelos empreendedores e presença maciça de pessoas cooptados pelos investidores, pescadores profissionais, promotora de justiça e pessoas da Academia já se fizeram presentes e anteciparam a resistência a ser oferecida em favor do rio. Ainda segundo ele, a realização de estudos ambientais é obrigatória para empreendimentos tais como o proposto; e se desde o início, houve resistência, eles podem esperar que em caso de continuidade do procedimento, junto ao IAP - Instituto Ambiental do Paraná, haverá avaliação estrita sobre o EIA/RIMA apresentado, com requerimento das necessárias complementações (Resolução CONAMA 237/97, artigo 10, VI) e outras demandas. E que se a perspectiva de lucro fácil diminuir, os predadores escolherão outras oportunidades para ganhar dinheiro. "Agora deveremos organizar outras reuniões informativas sobre impactos ambientais, sociais e econômicos de barragens, tanto em Jardim Alegre como em Grandes Rios", finalizou o Dr Robertson.  O MP  argumenta que a notícia, dada como positiva, que serão gerados cerca de 500 empregos, não se confirma, porque são alocados, em um dos municípios, os "Barrageiros" , mão de obra barata  que vem de fora, superlotando os postos de saúde, aumentando a violência e há experiência de cidades que sofreram até com o aumento da  prostituição infantil.  O Ministério Público, ainda orienta que as lideranças visitem municípios que tiveram rios barrados no Paraná, para saber os transtornos que estas cidades enfrentam. Outra alegação é que o Paraná já teve praticamente todos os seus rios barrados, já dá sua contribuição para o Brasil, sendo autossuficiente em produção de energia, e que merece o seu direito em permanecer com os últimos rios,  sem barragens, intactos. Ouça a entrevista no link de vídeo e saiba todos os detalhes.  Links - clique aqui e veja matéria publicada sobre a audiência pública de 18 de julho. Clique aqui e acesso o Facebook do movimento Pró Ivaí/piquiri. 

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