28/11/2020

LIDIANÓPOLIS - Conselheira Tutelar pede exoneração do cargo e explicar motivos

Em Lidianópolis, uma Conselheira Tutelar, que trabalhou nesta função, por cinco anos,  inclusive considerada uma dedicada e competente Conselheira, pediu exoneração. Seu nome: Renata Dayse Furlan Guerra. Em contato com a ex-conselheira, ela divulgou uma nota de esclarecimento, revelando os motivo dessa saída. Esta referida nota, vamos publicar na íntegra. Leia: "Eu, Renata Dayse Furlan Guerra, venho através deste comunicado, no Blog do Berimbau, comunicar a minha exoneração do cargo de Conselheira Tutelar. Iniciei essa jornada, no dia 10 de janeiro de 2016 e, no dia 25 de novembro de 2020, foi meu último dia de atuação no cargo. Foram quase 5 anos trabalhando com amor e dedicação, em prol dos direitos das crianças e adolescentes. Durante esse tempo, pude presenciar inúmeras situações que me fizeram enxergar de outra maneira, a realidade do meu município e do nosso país. Amei e entreguei-me de corpo e alma ao conselho tutelar, me senti realizada neste trabalho, agradeço de coração aos que confiaram seu voto em mim, mas temos que saber quando é o momento de parar. Nesse último ano, vivi situações inéditas, que mexeram demais comigo e, antes que eu perca a razão, decidi, com muita tristeza, me afastar. Ali me sentia conectada e, por eu ter um espírito jovem, os adolescentes se sentiam seguros e confiavam muito em conversar comigo, assuntos que sempre levei ao colegiado e que gerou muitas conversas paralelas e fui muito mal interpretada pelos munícipes dessa forma. O serviço, em si, é sigiloso, então pouquíssimas pessoas tinham conhecimento do que fazíamos, como trabalhávamos e o reconhecimento é quase zero. Cresci, amadureci e adoeci dentro do conselho, ele exige uma grande estabilidade emocional de quem está ali, e, com o tempo, com tantas situações que vemos de perto, é quase impossível você não sentir na pele e não levar o problema para casa. Quantas noites sem dormir, passei preocupada com situações ocorridas, com o sofrimento de crianças e adolescentes, vendo tantos direitos básicos sendo violados. Muitas vezes erramos, barrados pela própria lei. E, a intervenção, acabava não sendo o suficiente, pois exigia mais do que poderíamos fazer. É um trabalho difícil, exige muito, e o julgamento é grande demais. Eu não desisti. O Conselho se tornou parte de mim, eu só não tive condições psicológicas de continuar no momento. Além das dificuldades do dia a dia, também não é fácil você lidar com 4 pessoas de vidas e pensamentos diferentes. Nesse último ano, sofri muita perseguição. Invadiram minha casa para tentar contra minha vida, estava sendo vigiada na rua da minha casa e por onde quer que eu fosse e tudo o que eu fazia era fotografado. Companheiro de trabalho conspirando, dia e noite contra mim, falando em fazer abaixo assinado conseguir minha exoneração do cargo, pelo simples fato de querer falar mais alto que todo mundo, e eu, simplesmente, brigar para que todos tenham voz, para que nada fosse feito de forma arbitrária. Perdi minha liberdade, perdi meu sossego e minha paz. Vivi dias de medo, e não parei de trabalhar, mas tudo isso me fez parar e pensar: se não era hora de seguir outro caminho! Fui orar e percebi que existem sim, outros caminhos. Dói você abrir mão do que ama, mas dinheiro nenhum compra minha paz. Não foi fácil tomar essa decisão, sentirei muita falta, principalmente, de alguns companheiros de trabalho que levarei pra sempre em meu coração. Obrigada por tudo, vocês traziam luz para o meu dia..", diz a nota.

Um comentário:

  1. Uma pena, difícil encontrar pessoas que realmente se importam com a situação dos menores, e esses que julgam o fazem sentados na própria zona de conforto. Boa sorte Renata

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