29/01/2024

Operação da PF mira filho de Bolsonaro na investigação do uso da Abin

Bolsonaro antecipou a defesa em uma live ao lado dos filhos, dizendo que nunca foi beneficiado pela Abin
A Polícia Federal está executando novos mandados de busca e apreensão nesta segunda-feira, 29 de janeiro, como parte da Operação Vigilância Aproximada. O foco é avançar na investigação do núcleo político suspeito de envolvimento no uso indevido de informações obtidas ilegalmente através da Agência Brasileira de Inteligência (Abin). Mais tarde, o portal G1 confirmou que a Polícia Federal apreendeu um computador da Abin na posse do vereador Carlos Bolsonaro (Republicanos-RJ). Os investigadores buscam identificar os principais destinatários e beneficiários das informações produzidas ilegalmente por meio de ações clandestinas da agência. Oito mandados de busca e apreensão estão sendo cumpridos, sendo cinco no Rio de Janeiro e três em Brasília, Formosa (GO) e Salvador (BA). A Operação Vigilância Aproximada foi iniciada na quinta-feira, 25 de janeiro, com o objetivo de investigar uma organização criminosa que se infiltrou na Abin. A PF suspeita que, nessas ações, eram utilizadas técnicas de investigação próprias das polícias judiciárias, sem qualquer controle judicial ou do Ministério Público. A investigação iniciada na semana passada teve como alvo o ex-diretor da Abin e deputado federal Alexandre Ramagem (PL-RJ). Ramagem foi nomeado diretor-geral da Abin em 2019 pelo ex-presidente Jair Bolsonaro e exonerado em março de 2022, durante o governo Lula. O uso ilegal da Abin envolvia o monitoramento ilegal de autoridades públicas e outras pessoas, utilizando ferramentas de geolocalização de dispositivos móveis sem a devida autorização judicial. Esse monitoramento teria sido realizado por meio da ferramenta First Mile, utilizada para geolocalização de dispositivos móveis. A utilização irregular desse sistema de geolocalização já havia sido denunciada à Agência Nacional de Telecomunicações (Anatel) por operadoras de telefonia. A Anatel confirmou que há três processos sobre o assunto em andamento, com documentos restritos de acesso conforme previsto na legislação. A operação é uma continuação das investigações da Operação Última Milha, deflagrada em outubro do ano passado. As evidências indicam que o grupo criou uma estrutura paralela na Abin e utilizou ferramentas do Estado para produzir informações para uso político e midiático, interferindo em investigações da Polícia Federal. A PF destaca que os investigados podem responder por crimes como invasão de dispositivo informático alheio, organização criminosa e interceptação de comunicações telefônicas, de informática ou telemática sem autorização judicial ou com objetivos não autorizados por lei. Em uma "SuperLive" da família Bolsonaro em 28 de janeiro, o ex-presidente Jair Bolsonaro antecipou uma defesa, questionando por que o governo teria interesse em saber a localização das pessoas e negando possuir inteligência da Abin, da APF, do Exército, da Marinha e da Aeronáutica.

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