A Agrogalaxy, distribuidora de insumos agrícolas que faturou R$ 9 bilhões em 2023, entrou com pedido de recuperação judicial na última terça-feira (18). O movimento aconteceu após a empresa deixar de pagar uma parcela de Certificados de Recebíveis do Agronegócio (CRAs) dois dias antes. Para evitar vencimentos antecipados e pressões de outros credores, a Agrogalaxy decidiu proteger suas finanças por meio de um processo que corre em segredo de Justiça na 19ª Vara Cível e Ambiental de Goiânia, onde está sua sede. Estima-se que a dívida envolvida chegue a pelo menos R$ 2 bilhões. Esse é o primeiro grande pedido de recuperação judicial no setor agroindustrial “fora da porteira” em 2024, envolvendo uma empresa que utilizou instrumentos novos no mercado de capitais voltados ao agronegócio, com credores dispersos. A solicitação veio em meio a um cenário de baixa nos preços dos grãos e condições climáticas adversas, o que provocou atrasos na compra de insumos pelos produtores rurais. O pedido de recuperação foi apresentado em um dia de grande agitação dentro da companhia. Na manhã de quarta-feira, o então presidente Axel Labourt e seis membros do conselho de administração, incluindo Welles Pascoal, renunciaram. Pascoal já havia ocupado o cargo de CEO da Agrogalaxy por duas vezes. Com a saída de Labourt, Eron Martins assumiu a presidência da empresa. Desde agosto de 2023, Martins atuava como diretor financeiro e de relações com investidores. Com mais de 28 anos de experiência no setor de insumos, ele já trabalhou em empresas como Lavoro, Adama, Agrex e Nadir Figueiredo. Em nota, Martins declarou que a empresa tentou evitar ao máximo recorrer à Justiça, mas que a medida foi necessária para proteger o negócio. REGIÃO - Desde 2023, a Agrogalaxy se tornou uma marca com forte presença no Vale do Ivaí, comprando empresas que atuavam em diversos municípios. O clima entre os funcionários das unidades locais é de incerteza. A empresa ainda não emitiu um comunicado à imprensa sobre como vai ficar a situação das unidades da região.
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