Prefeito que, na prática, não é o gestor, diz que errou, mas que a culpa não é dele. Enquanto isso, servidores trabalharam e não vão terminar o ano sem receber
O município de Bom Sucesso chega ao final de 2024 em meio a uma série de problemas administrativos, atrasos de pagamentos e denúncias de irregularidades. A gestão do atual prefeito Raimundo Severiano, o "Raimundinho", que está licenciado há mais de dois anos, e do vice-prefeito "Beia", que ocupa o cargo interinamente, termina de forma conturbada, confirmando as expectativas pessimistas da população e de setores políticos. Raimundo Severiano, que exerceu dois mandatos consecutivos, viu sua gestão ser marcada por questionamentos do Ministério Público e denúncias de irregularidades. Mesmo licenciado há dois anos e meio, Raimundo reapareceu neste dia 27 de dezembro de 2024, em frente à prefeitura, para tentar justificar o caos administrativo e financeiro em que a cidade está mergulhada. Em suas declarações, ele admitiu ter cometido erros, mas responsabilizou a gestões anteriores pelos problemas herdados, mesmo ele dizendo na reeleição, que o pior tinha passado e que a cidade vivia um novo momento. Segundo Raimundo, quando assumiu a prefeitura em 2016, herdou uma dívida de R$ 3,8 milhões. No entanto, ele ignorou o fato de ter governado por oito anos e, nesse período, ter prometido que sua gestão havia colocado o município nos trilhos e era a melhor da história. Entre os principais problemas, destaca-se o atraso no pagamento do 13º salário, que historicamente era quitado até 20 de dezembro. Há também a perspectiva de que a folha salarial de dezembro não seja paga, situação que gerou protestos e denúncias de servidores municipais. Funcionários relataram ao repórter Ronaldo Senes, o "Berimbau", que a cidade está abandonada, com falhas na limpeza pública, serviços de saúde precarizados e ausência de ações básicas por parte da administração. O vice-prefeito "Beia", que comanda o município nos últimos anos, garantiu em mensagem ao repórter "Berimbau", que havia dinheiro em caixa para pagar os servidores. No entanto, o pagamento não foi efetuado, aumentando a desconfiança e o clima de insatisfação entre os trabalhadores. Outro ponto polêmico é o pagamento de altos valores a servidores comissionados, conhecidos por serem os indicados do prefeito Raimundo. Enquanto a maioria dos funcionários aguardava seus salários e 13º atrasados, comissionados receberam acertos que variaram entre R$ 30 mil, R$ 50 mil e talvez até mais. Quando questionado sobre o assunto, Raimundo respondeu de forma irônica, alegando que em gestões anteriores os valores pagos foram ainda maiores. Raimundo também mencionou a existência de uma dívida previdenciária de R$ 78 milhões, o que agrava ainda mais a situação financeira de Bom Sucesso. Após a derrota do grupo político nas eleições de outubro de 2024, quando "Beia" perdeu para a candidata da oposição, Ronana Ferreira Lopes (Rosana do Ná), ficou evidente, segundo relatos, que uma maquiagem administrativa vinha sendo feita para esconder os problemas financeiros e operacionais do município. Na tentativa de justificar o caos administrativo, Raimundo tentou, neste dia 27 de dezembro, convencer servidores e a população de que foi o melhor prefeito da história de Bom Sucesso, mas algo deu errado. O que será?. Apesar disso, admite que os problemas que ele "assume" não são de sua responsabilidade, reforçando a sensação de desorganização e contradição em sua gestão. A prefeita eleita, Ronana Ferreira Lopes, assume o comando do município em janeiro de 2025 com o desafio de reverter a crise deixada pela gestão anterior. A população de Bom Sucesso espera que a justiça investigue as irregularidades apontadas e que a nova administração consiga trazer estabilidade e desenvolvimento para a cidade, que, nos últimos oito anos, enfrentou altos impostos e recebeu em troca serviços públicos insuficientes. Enquanto isso, os moradores encerram o ano com o sentimento de indignação e esperança de que a mudança traga dias melhores para o município. Os vídeos postados nesta reportagem, foram publicados em um grupo de Whatsapp criado pelos servidores para protestar contra o atraso do 13º.
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