31/01/2025

Doença em estufas de tomate provoca perdas milionários em Faxinal e região

Só em Faxinal o prejuízo pode chegar a 30 milhões de reais. No link de vídeo, reportagem exclusiva de Ronaldo Senes (Berimbau) e Rádio Nova Era 
(Reportagem completa no link de vídeo) 
    Uma virose agressiva tem causado estragos nas lavouras de tomate da região de Faxinal, provocando perdas significativas para os produtores e ameaçando a economia local. A doença, cuja transmissão está associada à mosca-branca, tem se espalhado rapidamente, levando agricultores a arrancarem as mudas contaminadas e acumularem prejuízos expressivos. O cenário preocupa especialistas e órgãos de pesquisa, que buscam identificar com precisão o agente causador e desenvolver medidas eficazes de controle. A situação foi destacada pelo repórter Ronaldo Senes (Berimbau) na Rádio Nova Era FM, que conversou com o agrônomo Tarcino Davantel, de Faxinal, e com o engenheiro-agrônomo Dr. André Miguel, servidor do Instituto de Desenvolvimento Rural do Paraná (IDR-Paraná), antiga Emater, no quadro "Momento Agropecuário da Rádio Nova Era". Segundo os especialistas, a infestação começou a ser notada com maior intensidade a partir de dezembro, quando condições climáticas favoráveis ao desenvolvimento de insetos vetores impulsionaram a disseminação do vírus. O problema se agravou durante um período de veranico de cerca de 20 dias entre dezembro e janeiro, o que resultou no aumento exponencial da população de mosca-branca e trips, principais vetores da virose. Conforme os técnicos que acompanham a situação, a virose apresenta características incomuns e alta taxa de destruição. Em poucos dias, estufas inteiras são tomadas pela doença, causando deformações nas plantas e interrompendo seu crescimento. Se as mudas são afetadas ainda jovens, a produção se torna inviável. Diante da gravidade do problema, laboratórios especializados foram acionados para análise das amostras coletadas nas plantações. O IDR-Paraná enviou material para Londrina e Rio Grande do Sul, além da Embrapa Hortaliças, em Brasília, e um laboratório no Rio de Janeiro. Empresas da região também encaminharam amostras para exames na Holanda. O diagnóstico oficial depende de sequenciamento genético, um processo complexo e demorado, mas a suspeita inicial aponta para um geminivírus, transmitido por mosca-branca. A situação é ainda mais preocupante porque os produtores da região cultivam variedades altamente suscetíveis ao vírus, sem qualquer resistência ou tolerância à doença. Algumas das variedades mais atingidas incluem o tomate "Pai Pai" e o Masseratti
. Diante disso, pesquisadores recomendam a substituição por cultivares mais resistentes, embora essas variedades ainda estejam sendo identificadas. O impacto já é sentido de forma severa. Estima-se que mais de um milhão de mudas tenham sido descartadas, o que representa um prejuízo imediato superior a R$ 3 milhões apenas com as plantas perdidas. No entanto, o reflexo na economia pode ser muito maior. Faxinal, que esperava uma safra de quase R$ 40 milhões, pode não alcançar sequer R$ 10 milhões em produção. Além de Faxinal, municípios como Cruzmaltina, Marilândia do Sul, Borrazópolis, Grandes Rios e Rosário do Ivaí também registram surtos da virose. A incidência é maior em regiões com alta concentração de soja, pois a cultura também sofre com ataques de mosca-branca, facilitando a transmissão do vírus para as estufas. A doença avança para outras regiões produtoras do Paraná, como Reserva, Cândido de Abreu, Santa Maria do Oeste, Londrina e Apucarana, acendendo o alerta para uma crise ainda maior. Em Nova Moreira, município de Marilândia, o produtor Edimar Pereira, disse que tinha sete estufas e todas foram retiradas. Enquanto aguardam o diagnóstico final dos laboratórios, os produtores enfrentam um momento de incerteza. A recomendação atual é evitar o plantio de variedades suscetíveis e adotar medidas rigorosas de controle da população de mosca-branca. O IDR-Paraná e outras instituições envolvidas no estudo da virose devem emitir uma nota técnica nos próximos dias, o que permitirá aos agricultores acionarem o seguro agrícola do Programa de Garantia da Atividade Agropecuária (Proagro) para minimizar as perdas financeiras.

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