MAIS DETALHES - A decisão do deputado federal Eduardo Bolsonaro (PL-SP) de se licenciar do mandato e permanecer nos Estados Unidos tem gerado forte repercussão política e dividido opiniões no Congresso Nacional. Desde 27 de fevereiro, o parlamentar está no país norte-americano e, nesta terça-feira (18), anunciou oficialmente sua licença por quatro meses, alegando perseguição judicial no Brasil. Eduardo, filho do ex-presidente Jair Bolsonaro, acusou o ministro do Supremo Tribunal Federal (STF), Alexandre de Moraes, de conduzir um "regime de exceção" no país e afirmou que sua prioridade agora será buscar sanções contra "violadores dos direitos humanos". Em tom crítico, disse ainda que pretende lutar por punições contra Moraes e a "Gestapo da Polícia Federal". A oposição ao governo federal saiu em defesa do deputado. O vice-líder da Minoria na Câmara, Carlos Jordy (PL-RJ), classificou a decisão como difícil, mas necessária. "Eduardo Bolsonaro tomou uma decisão difícil e dolorosa, mas necessária, de permanecer nos Estados Unidos para seguir na sua luta, na denúncia contra a ditadura! Minha total admiração e respeito", afirmou. O deputado Cabo Gilberto Silva (PL-PB) declarou que Eduardo está "exilado" nos EUA por temer ser preso no Brasil. Já Mauricio Marcon (Pode-RS) disse que a atitude do colega foi "um gesto de amor ao País" que poucos fariam. O líder do PL na Câmara, deputado Sóstenes Cavalcante (PL-RJ), lamentou a situação e questionou a independência entre os Poderes. "Há harmonia quando um se diminui diante do outro? Lógico que não", disse, referindo-se ao Judiciário. Por outro lado, parlamentares governistas criticaram Eduardo Bolsonaro e negaram que ele esteja sendo perseguido. O deputado Paulão (PT-AL) ironizou a decisão do parlamentar, afirmando que ele deveria estar ao lado do pai, Jair Bolsonaro, em vez de se afastar do país. "Ele, como bom filho, poderia estar aqui prestando solidariedade ao pai. Ele correu e pediu uma licença de quatro meses. Que liderança é essa?", questionou. A deputada Maria do Rosário (PT-RS) declarou que o Brasil não persegue ninguém e que Eduardo Bolsonaro não pode se colocar como vítima. "O Brasil não persegue ninguém, mas também não será leniente ou omisso com traidores", disse. O deputado Ivan Valente (Psol-SP) também rechaçou as justificativas de Eduardo Bolsonaro para permanecer nos Estados Unidos, acusando-o de querer desmoralizar as instituições brasileiras. "O que ele quer é atacar o Supremo e desmoralizar as instituições brasileiras", afirmou. O caso também movimentou o Judiciário. Nesta terça-feira, o procurador-geral da República, Paulo Gonet, deu parecer contrário ao pedido do PT para apreender o passaporte de Eduardo Bolsonaro. O partido havia solicitado a retenção do documento, alegando que o parlamentar utiliza suas viagens internacionais para instigar políticos americanos contra o STF. A licença de Eduardo Bolsonaro e sua permanência nos Estados Unidos se tornaram mais um capítulo da polarização política no Brasil, ampliando o embate entre governo e oposição.
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