05/08/2025

Prisão domiciliar de Bolsonaro gera reação dos EUA e amplia crise institucional

A decisão do ministro Alexandre de Moraes, do Supremo Tribunal Federal (STF), de determinar a prisão domiciliar do ex-presidente Jair Bolsonaro gerou forte repercussão internacional, especialmente nos Estados Unidos. A medida foi tomada após acusação de suposto descumprimento de restrições judiciais, que proibiam Bolsonaro de usar redes sociais, inclusive por meio de terceiros. A reação mais contundente veio do Office of Western Hemisphere Affairs, órgão do Departamento de Estado dos EUA. Em postagem feita na rede social X, o escritório classificou Moraes como "violador de direitos humanos" e o acusou de utilizar instituições brasileiras para "silenciar a oposição e ameaçar a democracia". A publicação ainda defende: “Deixem Bolsonaro falar”. A mensagem, publicada em inglês e português, foi compartilhada pela Embaixada dos Estados Unidos no Brasil. A manifestação ocorreu em meio à expectativa pela entrada em vigor de tarifas comerciais de 50% impostas pelos EUA sobre produtos brasileiros, o que levou manifestantes pró-Bolsonaro a associarem as medidas à situação judicial do ex-presidente. Bolsonaro está recluso em sua casa em Brasília. Ele só pode deixar o local com autorização expressa do STF, em casos como consultas médicas. Além do uso de tornozeleira eletrônica, está proibido de acessar redes sociais, usar celulares e receber visitas sem prévia autorização,  exceto de advogados, que também não podem portar aparelhos eletrônicos ou fazer registros visuais no interior da residência. Segundo Moraes, Bolsonaro teve uma "participação dissimulada" nas manifestações do último domingo, inclusive com material previamente gravado, que teria como objetivo "coagir o Supremo e obstruir a Justiça". Uma das supostas provas apresentadas foi uma ligação do deputado federal Nikolas Ferreira durante o ato na Avenida Paulista. O ministro considerou que o desrespeito às medidas cautelares foi tão evidente que o próprio filho do ex-presidente, senador Flávio Bolsonaro, acabou apagando a postagem com o vídeo. Flávio criticou a decisão em entrevista à CNN: "É mais um capítulo triste da história do Brasil. Agora vivemos oficialmente uma ditadura, onde uma única pessoa decreta a prisão de um ex-presidente da República", declarou, afirmando que a fala de Bolsonaro durou apenas 15 segundos e que não viu qualquer irregularidade. O deputado Eduardo Bolsonaro também se pronunciou dos Estados Unidos, chamando Moraes de “violador dos direitos humanos”. Já o vereador Carlos Bolsonaro passou mal ao saber da prisão do pai e precisou ser atendido em um hospital na Barra da Tijuca, no Rio. Caso descumpra novamente qualquer medida, a prisão domiciliar de Bolsonaro poderá ser convertida em prisão preventiva, com recolhimento em unidade prisional.

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