01/06/2014

ARTIGO - Dom Celso Antonio Marchiori, de Apucarana

Comunidade de comunidades: uma nova paróquia
Apucarana, 01 de junho de 2014
Do dia 30 de abril a 9 de maio estivemos em Aparecida reunidos para mais uma assembleia dos bispos do Brasil. Estávamos em 315 bispos, incluindo os eméritos. Foram dias de alegre convivência marcados pelo estudo, reflexão, partilha de experiências, diálogos fraternos e de profunda oração, especialmente a liturgia das horas e a eucaristia. Contamos também com um retiro muito ungido e renovador pregado por Dom Bruno Forte, Arcebispo Metropolitano de Chieti-Vasto, Itália. Neste retiro espiritual, com o tema “Caminhando na fé” procuramos compreender como algumas grandes testemunhas bíblicas da fé – Abraão, Maria, mãe de Jesus, Pedro e Paulo – abriram a porta do coração ao dom de Deus. A seu exemplo e com seu auxílio, também nós procuraremos abrir mais e melhor aquela porta, para que o divino Amado entre e tome a refeição conosco, pondo ordem em nossa vida e fazendo-nos crescer no amor que purifica e transforma.  Muitos assuntos foram abordados nesta Assembleia. O pano de fundo foi este: a Igreja desejada pelo Papa Francisco a partir da Exortação Apostólica Evangelii Gaudium e da Palavra do Papa aos bispos brasileiros na JMJ e à direção do CELAM. O que o Papa está propondo? Uma Igreja missionária e descentrada, uma Igreja configurada colegialmente, uma Igreja inculturada, uma Igreja de discípulos convertidos, de discípulos missionários, uma Igreja que testemunhe na vida a sua fé em Jesus Cristo, uma Igreja revestida da pobreza de Cristo e para os pobres, uma Igreja alegre, inclusiva e dinâmica.   Que encaminhamentos foram dados para trilharmos o caminho de Francisco?   Primeiramente nos dedicamos a um tema central: Comunidade de comunidades: uma nova paróquia. E para isso precisamos passar pela conversão pastoral da paróquia. “Constatou-se que a atual paróquia necessita de uma conversão pastoral. Para tanto, será necessário aplicar a eclesiologia proposta pelo Concílio Ecumênico Vaticano II, consolidar a proposta do Documento de Aparecida e concretizar as diretrizes da CNBB que insistem na renovação paroquial. Contribuiu também, e muito, para essa reflexão, os pronunciamentos do Papa Francisco em visita ao Brasil por ocasião da “Jornada Mundial da Juventude”, em 2013. Igualmente a Exortação Apostólica Evangelii Gaudium que traz importantes indicações sobre um novo olhar e uma nova prática pastoral que incide diretamente sobre as comunidades” (CNBB).  O documento está constituído de seis capítulos. “O primeiro, inspirado na Gaudium et Spes, indica os sinais dos tempos que interpelam a paróquia atual. Não se trata de empreender uma análise da conjuntura social, cultural e eclesial, mas de detectar alguns aspectos da realidade que clama pela conversão pastoral. O segundo capítulo propõe a recuperação de dados bíblicos sobre as primeiras comunidades cristãs. No retorno às fontes, pretende-se encontrar a luz para a conversão pastoral da paróquia. O terceiro capítulo faz um breve resgate histórico do desenvolvimento das comunidades paroquiais para recuperar pontos que merecem maior atenção. O quarto capítulo evidencia os fundamentos eclesiológicos da comunidade e destaca a visão de Igreja que o Concílio Vaticano II propôs. O quinto capítulo enfatiza os sujeitos e as tarefas da conversão pastoral para destacar a missão de cada cristão no contexto paroquial. Finalmente, o sexto capítulo traz algumas proposições para que a paróquia se torne comunidade de comunidades”.  Para chegarmos a experimentar esta nova compreensão de paróquia temos um caminho longo a percorrer. Todos precisaremos passar por uma profunda metanoia, ou seja, por uma conversão pastoral que tem seu início, primeiramente, no coração dos pastores, bispos, padres e diáconos. O povo de Deus ansiosamente espera por essa mudança. Com Maria, a Mãe de Jesus e os santos Apóstolos, empreendamos essa tarefa para a glória de Deus e para o bem da Igreja. Deus vos abençoe.  
(Escrito por Dom Celso A. Marchiori – Bispo de Apucarana)

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