Documentos desmentem Eduardo Cunha sobre contas na Suíça
A terceira conta é para pagamentos de cartão de crédito e a quarta, para um novo investimento em 2012, para um negócio do deputado na área de energia. Nas outras contas também aparecem fotos do passaporte de Eduardo Cunha, da esposa, Claudia Cordeiro Cruz e da filha, Danielle da Cunha, e assinaturas do deputado. As contas eram usadas para pagar, por exemplo, aulas de tênis em uma academia americana e uma escola para adolescentes na Inglaterra. O banco pergunta se o cliente, Cunha, estava abrindo a conta no mesmo país em que tinha negócios. A resposta: Eduardo Cunha deseja trabalhar na Suíça. A filha de Eduardo Cunha, Danielle, também vai ser investigada por ter um cartão de crédito vinculado a uma conta que está em nome de Cláudia Cruz. Para descobrir a origem do dinheiro de Cunha na Suíça, os investigadores também rastrearam os pagamentos feitos no exterior pelo empresário João Augusto Henriques para Eduardo Cunha. De junho a julho de 2011, João Augusto Henriques depositou 1,3 milhão de francos suíços, o equivalente a US$ 1,5 milhão, na conta Orion de Eduardo Cunha, divididos em cinco depósitos. Segundo os investigadores, a transferência foi feita semanas depois de a Petrobras pagar US$ 34,5 milhões pelos direitos de exploração de um campo de petróleo em Benin, na África. Depois desse negócio, João Augusto Henriques recebeu US$ 10 milhões de comissão. Na noite de quinta-feira (15 de outubro), o Supremo Tribunal Federal autorizou a abertura de um segundo inquérito para investigar o deputado Eduardo Cunha, exatamente por causa dessas contas na Suíça. A procuradoria-geral da República diz que já tem indícios suficientes pra provar que essas contas no exterior são produto de crime. O patrimônio de Eduardo Cunha declarado à Justiça Eleitoral é de R$ 1,6 milhão. Mas os procuradores estimam que o patrimônio do deputado na época da abertura das contas na Suíça era muito maior: de aproximadamente US$ 16 milhões. O procurador-geral da República em exercício, Eugênio Aragão, disse nesta sexta-feira (16 de outubro) que há indícios suficientes de que as contas no exterior de Eduardo Cunha não foram declaradas e que, em relação a Cunha, são produto de crime. A procuradoria pediu ao Supremo Tribunal Federal que confirme o bloqueio dessas contas na Suíça. E autorize trazer de volta para o Brasil o dinheiro depositado nelas. A procuradoria-geral da República também cita uma frota de carros de luxo que Eduardo Cunha usa no Rio de Janeiro, como Porsche Cayenne, Touareg, Corolla, Edge, Tucson, Pajero Sport, no valor de quase R$ 1 milhão. Segundo a procuradoria, os carros estão registrados em nome das empresas C3 e Jesus.com, que pertencem a Cunha e a esposa. Em outra frente, no complemento à denúncia contra Eduardo Cunha, o Ministério Público apresenta novos detalhes sobre a propina que Cunha teria recebido em contratos de aluguel de navios-sonda pela Petrobras no valor de US$ 5 milhões, o equivalente hoje a R$ 19 milhões. O documento diz que parte desse valor, R$ 7 milhões, foi repassado por Julio Camargo a Fernando Baiano em dinheiro vivo para ser entregue a Eduardo Cunha. Segundo os procuradores, o lobista e delator Júlio Camargo também se comprometeu a pagar Eduardo Cunha em horas de voo, por meio do fretamento de táxi aéreo para Cunha ou para pessoas indicadas pelo deputado.
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