13/05/2019

ARTIGO - “DIA DA ABOLIÇÃO DA ESCRAVATURA NO BRASIL”

               Dia 13 de maio de 2019, comemora-se o 131º aniversário da libertação dos escravos no Brasil. Por Lei assinado por uma princesa genuinamente brasileira porque, Izabel Cristina Leopoldina Augusta Micaela Gabriela Rafaela Gonzaga de Bragança e Burbon, nasceu no dia 29 de julho de 1846, no Palácio São Cristovão no Rio de Janeiro. Filha de D. Pedro II e da Imperatriz Tereza Cristina. Se atrasarmos o relógio do tempo, ao século XVI e viajarmos ao Continente africano vamos encontrar Impérios, Reinos e Cidades-Estado. E descobrir como os portugueses, com cumplicidade de alguns Chefes de Países maiores, subjugavam os mais fracos. Saqueavam e aprisionavam homens, mulheres e crianças que pudessem integrar a força de trabalho. Não importava se em seus países fossem Reis, Rainhas, Príncipes ou Princesas. Eram amarrados, levados para os navios e acorrentados. Os navios transportando negros africanos destinados ao trabalho escravo, começam singrar os mares, muitos com destino ao Brasil. Nesse trajeto, aproximadamente 15% morria e os que restavam eram desembarcados e levados para as praças de leilões. Onde os senhores de engenho examinavam as peças. Compravam e levavam para seus engenhos. Ao chegarem à fazenda viam aquela casa grande, mas o seu destino era a senzala, com tronco, corrente, feitor e capitão do mato. As mulheres mais novas iam ajudar a sinhazinha de dia e à noite voltavam para o cárcere coletivo. Coletivo também era o Banzo (lamento com saudade da mãe África). Nesse episódio, da África ao Brasil, as mulheres foram destaque e, ainda são, pela sua bravura, coragem e determinação. Vamos começar com Nzing Mband, Rainha angolana que por mais de 20 anos resistiu os ataques portugueses impedindo que seu povo fosse escravizado. E, no Brasil, além de outras, Tereza de Beguela, comemorado em 25 de julho, como “Dia da Mulher Negra” e símbolo de resistência, aos perseguidores. Porém num desses enfrentamentos foi presa, mas como ela não aceitava a escravidão, suicidou-se. Seu gesto está perpetua em Lei 12.987/14.  Sonhando com a liberdade os negros fugiam e os que não eram capturados, formavam Quilombos. O Quilombo dos Palmares ainda abriga séculos de acervo histórico de luta contra escravidão. Inclusive foi onde Zumbi foi preso em morto em 20 de novembro de 1694. Lembrado anualmente como dia da “Consciência Negra”.  Enquanto as mulheres guerreiras incansáveis lutavam com arcos, flechas, capoeira e outros artefatos, contra os perseguidores. Homens abolicionistas de gabinetes faziam leis inoperantes como: A Lei do “Ventre Livre”. Por essa lei os filhos que nascessem após eram livres. Porém os irmãos e a mãe continuavam cativos; Lei Euzébio de Queiros. Proibia o tráfico em Navios Negreiros, porém, o tráfico continuava. Lei Sexagenária. Pelos maus tratos e má qualidade de vida, poucos chegavam aos 60 anos.  Lei Áurea. Em 30 de junho de 1887, D. Pedro II, precisou viajar para Europa a fim de tratar da saúde. A princesa Izabel assumiu pela terceira e última vez a regência do Império Brasileiro, durante o período de junho de 1887 a agosto de 1888. Quando mesmo sobre ameaça e resistência dos contrários ao fim do escravismo. Sua Majestade, com coragem, determinação e inteligência, aos 42 anos de idade, valendo-se da estratégia de aliar-se aos partidários. Em 13 de maio de 1888, assinou a Lei Imperial nº 3.353.(Lei Áurea), que determinava o fim da escravidão.  Libertação dos escravos. Desse ponto, cabe uma pequena colocação. Na minha fazenda havia 100 escravos; Mas nas suas que eram mais ricos, 200. Pergunta? Para onde os negros libertos podiam ir à época! E o que mudou 131 anos depois. Para entender um pouco. Convido os leitores (as) a fazermos juntos uma turnê às 2800 unidades quilombolas existentes no Brasil. Dessas, 86 no Paraná distribuídos e 14 Municípios. E, constatar “in loco” a precariedade em que vivem.  Este artigo permeia os meandros da história que contempla e enfatiza os feitos das mulheres na travessia das eras. Por isso, é de bom alvitre citar o nome de guerreira indomada “ Marielle Franco”. Que, mesmo depois 130 anos da Lei Área -, em 14 de março de 2018, foi emboscada e morta, porque era ativista, negra e mulher. Ela acreditava na igualdade racial. Tanto que deu o que tinha de mais precioso em prol da causa. “A própria vida”. (Escrito por ERNESTO SIQUEIRA – Departamento de Cultura Rosário do Ivaí-PR)

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