CRISE - Doença que afetou estufas de tomate na região de Faxinal é identificada

A doença causou prejuízos significativos a produtores, mas segundo informações, não há risco de expandir para outras regiões       

 Nossa reportagem, Blog do Berimbau e Rádio Nova Era, trouxe recentemente informações sobre uma doença que estava inviabilizando estufas de tomate em Faxinal e cidades próximas, como Cruzmaltina, Borrazópolis, Marilândia do Sul e Mauá da Serra. Em Faxinal, o prejuízo estimado chegou a R$ 30 milhões. O tema foi abordado no "Momento Agropecuário" da Rádio Nova Era, apresentado com colaboração do agrônomo de Faxinal, Tarcino Davantel. No entanto, em entrevista concedida nesta quarta-feira (5), o Fiscal de Defesa Agropecuária da ADAPAR, Ralph Rabelo Andrade, que fica em Jandaia do Sul, esclareceu que, apesar da gravidade, o problema não deve se expandir para outras regiões. As inspeções indicaram que o surto foi causado por um begomovírus, transmitido pela mosca branca, inseto que dissemina rapidamente a doença. O vírus já era conhecido na região, mas estava sob controle. No entanto, um aumento significativo da população da mosca branca levou à contaminação em massa das lavouras. Algumas estufas chegaram a registrar 100% das plantas infectadas, tornando a produção inviável. O problema se agravou porque os produtores cultivaram variedades altamente produtivas, mas sem resistência ao vírus. Segundo o relatório da ADAPAR, o descontrole da mosca branca pode ter sido causado por falhas no manejo e fatores ambientais. Muitos agricultores aplicaram inseticidas dentro das estufas, mas não houve controle eficaz da praga na área externa, permitindo a reinfestação das lavouras. Infelizmente, não há solução para a safra atual. No entanto, para evitar que o problema se repita, algumas medidas estão sendo recomendadas: controle efetivo da mosca branca na entressafra, eliminando plantas hospedeiras como o caruru; uso de inseticidas biológicos, que atacam a mosca sem causar impactos ambientais; e substituição das variedades suscetíveis por resistentes. Para discutir estratégias de controle e capacitar os produtores, será realizada uma reunião no Instituto de Desenvolvimento Rural do Paraná (IDR-Paraná), em Londrina. Técnicos da ADAPAR e especialistas vão propor ações para conter a mosca branca e orientar agricultores sobre o uso correto de defensivos. Apesar da gravidade da situação, especialistas acreditam que, com manejo adequado e planejamento, a crise pode ser controlada nas próximas safras. A recomendação para os produtores é buscar informações técnicas e adotar boas práticas agrícolas, garantindo a sustentabilidade da produção de tomate no Vale do Ivaí. (Colaborou - Reginaldo Pavesi)