BORRAZÓPOLIS - Faleceu a pioneira Elvira Hack, aos 88 anos

É com profundo pesar que noticiamos, neste Domingo de Páscoa, 31 de março, o falecimento de uma das mais nobres pioneiras de Borrazópolis, a senhora Elvira Hack, de 88 anos, viúva do também pioneiro Eugenio Hack. Mãe de três filhos, a professora Dorasilda Hack, o Sérgio Hack e também professora Marli Hack, dona Elvira construiu uma linda história de vida e com certeza será sempre lembrada pelo legado que deixou no convívio familiar e também para toda a comunidade. Segundo a funerária Nossa Senhora de Lourdes, a família decidiu pelo velório na Capela Mortuária das 14 horas do dia 31 até às 09 horas do dia 01 de abril. Em seguida, o sepultamento no cemitério local. Como homenagem a Dona Elvira, vamos publicar um artigo escrito por sua bisneta, Heloísa Mendes, e publicado na Página do Museu Virtual de Borrazópolis: "No dia 31 de julho de 1954, Eugênio e Elvira, ele filho de Luis Albino Hack e Josefa Grein, e ela filha de Leopoldo Pickssius e Frida Lisboa, seguiram de Acro-Willis do Distrito de Vila Grein, pertencente ao município de Mafra-SC, em direção à cidade para se casarem. Eugênio trabalhava em uma serraria a 25 km da cidade, e Elvira cuidava da casa em um lugar de poucos recursos. Ali a vida era dura e não havia muito com o que sonhar. Naquele lugar, nasceram os primeiros filhos; José Amauri (in memoriam) e Doracilda. No mês de novembro de 1958, o casal, já cansado das dificuldades, recebeu uma carta de seu cunhado João Aviz, que já estava morando em Borrazópolis, convidando-os para virem para cá, pois era um município novo que estava se desenvolvendo e que prometia a chance de uma vida melhor. Elvira e Eugênio, devido às enormes dificuldades que estavam enfrentando em Santa Catarina, não pensaram duas vezes; recolheram seus poucos pertences e vieram para o Norte do Paraná no dia 27 de novembro de 1958. A viagem durou três dias, em um Chevrolet 1950. Em Borrazópolis, nasceu Sérgio e depois Marli. Eugênio trabalhava com João Aviz (pai de Dom João e Padre Amauri), e todos tiveram a oportunidade de trabalhar e prosperar juntos no novo Eldorado que se desenhava no Estado do Paraná. A vida era alegre, apesar das vezes em que Eugênio teve sua vida em risco, pois trazia a laço das fazendas da região o gado que iria ser abatido para o açougue. Em 1963, o casal adquiriu a propriedade onde até hoje residem (na Avenida Brasil), e começaram a trabalhar no próprio negócio, o açougue Record. Também trabalharam com a agricultura e a pecuária. Aqui também criaram seus filhos e embora eles não tenham tido muita oportunidade de estudo, sempre tiveram a preocupação maior de que seus filhos estudassem, não medindo esforços para que todos fossem formados e tivessem uma vida digna e independente. Ainda no ano de 1963, a Senhora Elvira relata um fato triste: O Grande Incêndio. Esse incêndio atingiu grande parte do Paraná, inclusive a nossa região do Vale do Ivaí, e matou dezenas de pessoas e deixou centenas de feridos, além da grande destruição da fauna e da flora. As causas desse incêndio foram atribuídas às fortes geadas, seguidas de estiagem, e ao costume que havia entre os lavradores de fazerem pequenas queimadas para limpar o terreno. Com os fortes ventos, não demorou muito para o fogo avançar sem controle, e essa combinação de fatores foi o estopim para o fogo se alastrar para o interior do Paraná. No ano de 2004, Eugênio e Elvira tiveram a oportunidade de celebrar a missa e a festa de bodas de ouro, ou seja, 50 anos de casados, uma data tão importante que foi celebrada pelo atual cardeal Dom João. Infelizmente, no ano de 2007, Eugênio Hack veio a falecer, deixando sua esposa, seus filhos e netos. Atualmente, Elvira tem 87 anos e convive com seus 3 filhos, seus 7 netos e 4 bisnetos. Nas fotos temos: o casamento de Eugênio e Elvira, o casal no sítio, visita a Aparecida do Norte, Bodas de ouro, netos e a família", créditos: Heloísa Mendes.