19/06/2010

SAÚDE -Anvisa quer aumentar o controle sobre a venda de antibióticos


Segundo o Conselho Regional de Farmácia, 68% das farmácias do estado de São Paulo vendem remédios sem receita. Um alerta: a automedicação pode multiplicar bactérias super-resistentes.

A Agência Nacional de Vigilância Sanitária quer aumentar o controle sobre a venda de antibióticos. Segundo o último levantamento do Conselho Regional de Farmácia, 68% das farmácias do estado de São Paulo, por exemplo, vendem remédios sem receita. Um perigo para os pacientes. “Você mascara a doença com aquele remédio que você tá tomando, e aí você tem essa doença agravada, ou você tem uma reação adversa com esse medicamento errado”, explica Raquel Rizzi, do Conselho Regional de Farmácia (SP). O uso indiscriminado de remédios não prejudica apenas quem tem esse hábito. A automedicação é um dos principais responsáveis pela multiplicação de bactérias super-resistentes. Estudos mostram que essa ameaça invisível é cada vez maior no Brasil. O Staphylococcus Aureus, capaz de provocar infecções em todos os órgãos, é um exemplo. No Brasil, 54% dessas bactérias, coletadas de pacientes, são resistentes a vários antibióticos, o segundo maior índice em países da América Latina. A resistência do Enterococcus, bactéria encontrada no intestino, pulou de 6,9% para 31% em cinco anos. O infectologista Mauro Salles diz que já há bactérias que não respondem a nenhum medicamento. “A Cinetobacter Balmani é uma bactéria que produz infecções no pulmão, no sangue e muitas vezes as pessoas morrem porque não há antibiótico efetivo, eficiente, pra matar esse agente”. As infecções são mais graves em idosos, crianças pequenas e pessoas com imunidade baixa. Para evitar que as bactérias se tornem cada vez mais resistentes, a recomendação é usar antibiótico apenas quando for realmente necessário. A Associação Brasileira de Farmácias atribui a compra de remédios sem receita à dificuldade que as pessoas encontram de ter acesso a médicos no serviço público de saúde. A Vigilância Sanitária de São Paulo, que deve fiscalizar as farmácias, diz que é muito difícil flagrar o problema, porque o consumidor tem interesse na compra e não faz a denúncia.

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