26/03/2018

POLÊMICA - DENÚNCIA CONTRA MILITAR

Sargento que comandou Destacamentos de Rosário do Ivaí  e Rio Branco do Ivaí foi denunciado por desviar recursos doados pela comunidade. Nos autos, ele nega as acusações  

     O ex-comandante da Polícia Militar das cidades de Rosário do Ivaí e Rio Branco do Ivaí, sargento Marcos Roberto Tristão, está sendo investigado por suspeita de usurpar recursos que eram doados, por terceiros, aos Destacamentos da PM dos dois municípios. A denúncia foi protocolada na corregedoria do órgão e também na 2ª Promotoria de Justiça  da Junta da Vara de Auditoria Militar, na Capital do Estado, responsável por julgar casos Militares. Quem protocolou,  foi um soldado, o policial Geovani Prezotti, atualmente lotado no Destacamento de Rosário do Ivaí, e que se disse indignado com o que supostamente estava acontecendo. Consta nos autos, que "Tristão" pedia ajuda para instituições como: Cocari; agência de crédito Cresol; Bradesco  e demais Bancos, fazendeiros e outros, sob a alegação de que precisava de recursos para financiar os patrulhamentos da viatura e até para reformas e serviços realizados no próprio Destacamento. No inquérito, consta, por exemplo, doações que o policial exigia para fazer patrulhamento na festa do Hospital da Santa Casa da Misericórdia, que é uma instituição sem fins lucrativos e que realizava os eventos para promover saúde em prol das pessoas mais humildes e de toda comunidade. Em seu depoimento, o responsável pela instituição, disse que nunca era entregue dinheiro, mais requisição nominal ao Sargento, para abastecimento no Posto Pulman, de Rosário, onde a viatura já era abastecida pelo sistema "maxi frota", do governo do Estado. "Durante um evento, denominado Trilhão da Uva, fomos indagados por um advogado, perguntando se tínhamos abastecido a viatura, porque eles tinham pagado o posto. Achamos que era brincadeira, mas ele confirmou. Então explicamos que para os patrulhamentos, a viatura já é abastecida pelo Governo e o orientamos a registrar um boletim de ocorrências", disse o policial Prezotti. Uma situação grave que consta na denúncia, é que o sargento conseguiu a doação de requisições de 25 litros, junto a Cooperativa Cresol, e que para receber, ele se dirigia até a empresa, munido de notas fiscais do Auto Posto, as quais apenas simulavam o abastecimento da viatura, porque o veículo somente recebia combustível através do sistema "maxi frota". Ainda em Rosário do Ivaí, são citados outros exemplos, como as Fazendas Borboleta e Massai, sendo que na última, o responsável deixava o crédito no posto, geralmente com valores de 50 litros mensais, e que notas de abastecimentos, não realizados, eram apresentadas como provas, apenas com o intuito de mascarar os fatos. No caso do Banco Bradesco, o responsável, afirmou que a instituição fazia doações há pelo menos 06 anos; sendo três anos de 80 reais e nos últimos 03 anos, de 100 reais; e que era emitido um recibo em nome do próprio Sargento. Para o denunciante, o dinheiro estava sendo desviado para uso particular. Em Rio Branco do Ivaí, a prática se repetia, um dos exemplos é uma doação de 100 reais  mensais que foi solicitada a Cocari, sob alegação de que o sargento iria pagar a internet e o escritório de contabilidade do Destacamento, mas para justificar o recebimento, também apresentava notas de supostos abastecimentos no Posto, os quais nunca aconteceram. "A conduta do policial consistia em ludibriar particulares para obter vantagem ilícita. O pedido de doações de combustíveis servia para justificar o desvio de verbas particulares em proveito próprio. Cai por terra a alegação de que a destinação dos recursos tinha como finalidade cobrir gastos com internet, manutenção de viatura, entre outros".   texto consta em um trecho da denuncia protocolada na 2ª Promotoria. Há também relatos de que o policial solicitou pneus para a viatura Toyota, a Fábio dos Santos Musiau, há época, vereador do município, para comprar  pneus, mas que após comprados, o sargento recusou, pedindo o valor em dinheiro, dizendo que uma pessoa iria trazer os pneus do Paraguai. Fábio teria dito que, desta forma, não poderia mais ajudar, e achou estranho que,  uma semana depois, foi multado. Ainda há o caso de compras que eram feitas, com o fundo rotativo,  no Mercado Dona Lourdes, com argumentos que seriam para o Destacamento, mas que parte dos produtos, eram deixados na casa do Policial.  "Tristão", alegou que esta parte levada para sua residência, era paga com seu dinheiro, mas o responsável pelo estabelecimento, ao ser ouvido, afirmou que as referidas compras eram pagas apenas com dinheiro do referido fundo, porque o Sargento não fazia e nem pagava contas particulares no referido comércio. No final do despacho do promotor, Dr. José Aurélio Aggio, ele pede o arquivamento do processo na Vara de Auditoria da Polícia Militar e remete  para a justiça comum, que seria a Comarca de Grandes Rios. Ele alega que a Vara de Auditoria, tem competência de julgar apenas os casos envolvendo militares, mas como há, terceiros de boa fé, ou seja, pessoas que não cometeram crimes e ajudaram a PM,  imaginando que o dinheiro seria utilizado na segurança pública local, o correto é que o processo passe a tramitar na Justiça Comum, motivo pelo qual estava remetendo os autos para a Comarca de Grandes Rios. Em Grandes Rios, nossa reportagem fez contato telefônico com o Ministério Público, sendo que a promotora responsável, afirmou, através de sua assessoria, que não poderia passar informações por telefone, mas que com a chegada do processo, todas as providências cabíveis, que requer o caso, seriam adotadas.    Nossa reportagem procurou a 6ª Companhia Independente da Polícia Militar, em Ivaiporã, e falou com o Major Laércio Sagati. Ele informou que as denúncias feitas pelo soldado e contra o sargento, são de conhecimento do comando, e que como demostração de transparência e isenção, o caso foi encaminhado para a corregedoria e está nas mãos da Vara da Auditoria da Justiça Militar Estadual, a quem compete analisar as informações e decretar possíveis punições, se elas forem cabíveis. Afirmou ainda que tem plena confiança nestes órgãos.  DEFESA - Minutos após a publicação, um Policial entrou em contato com a nossa  reportagem, pedindo para não ser identificado, dizendo que a denúncia causa danos a imagem de um sargento que dedicou toda sua vida em prol da segurança dos dois municípios.  "Mesmo nos momentos de crise na segurança, ele sempre manteve os Destacamentos atendendo a população e, muitas vezes, quase sozinho, promovendo segurança.  Pode até ter falhado ao prestar contas destes recursos, mas corromper, jamais faria isso", disse o Policial.    Nossa reportagem tentou, insistentemente, falar com o sargento Marcos Roberto Tristão, mas foi impossível fazer o contato.  Também ligamos diversas vezes em seu telefone celular, mas as ligações não foram atendidas. Vale ressaltar que no processo, "Tristão", se defende, dizendo que não cometeu irregularidades e que cada acusação  está seguida de uma explicação convincente e verdadeira.   Também afirma que a comunidade conhece sua postura e sabe da verdade. Diz ainda, nos autos, que até o encerramento do processo, sua inocência será  provada.  Marcos Roberto Tristão,  entrou, recentemente para a reserva (aposentadoria) e não atua mais em nenhum Destacamento da região.   POLÍCIA GLORIOSA - "Nossa reportagem lamenta ter que divulgar tal fato, porque pode trazer constrangimentos para policiais, homens e mulheres, que atuam dignamente. Esclarecemos que nossa imparcialidade, coragem e transparência, são  posturas, que não nos permitiu que as informações ficassem ocultadas, sem que a sociedade tomasse conhecimento. Procuramos ouvir todas as partes e nos colocamos a disposição de alguém que tenha se sentido prejudicado ou não conseguimos contato. Lembramos ainda, que antes de condenados, todos são inocentes, porque não estamos aqui para prejulgar, da mesma forma que também não estamos para esconder ou colocar embaixo do tapete. Também somos testemunhas que fatos isolados jamais vão manchar a imagem de uma instituição gloriosa e que é a primeira que vem ao pensamento do cidadão, quando precisa de segurança ou está em apuros. Uma polícia séria e que merece nosso respeito. Prova da afirmação, é que a denúncia partiu  de alguém da própria polícia, por não aceitar supostas irregularidades na corporação. Parabéns a Polícia Militar e a tudo o que ela representa a nosso região e ao Estado do Paraná" - Assinado Ronaldo Alves Senes, o "Berimbau". 

Nenhum comentário:

Postar um comentário

LEIA ANTES DE COMENTAR!
- Os comentários são moderados.
- Só comente se for relacionado ao conteúdo do artigo acima.
- Comentários anônimos serão excluidos.
- Não coloque links de outros artigos ou sites.
- Os comentários não são de responsabilidade do autor da página.

Para sugestões, use o formulário de contato.
Obrigado pela compreensão.

CARREGANDO MAIS POSTAGENS...