29/08/2013

CORRUPÇÃO - Deputado preso é absolvido pela Câmara

Uma vergonha nacional - Após votação secreta, Natan Donadon não tem mandato cassado
Em uma votação secreta, a Câmara dos Deputados não teve votos suficientes para cassar o mandato do deputado Natan Donadon. Condenado a 13 anos por desvio de recursos por roubo do dinheiro público, ele está preso e foi algemado ao Congresso para se defender.  Um deputado preso, um resultado constrangedor garantido por uma minoria. Além disso, o mandato do deputado Natan Donadon foi salvo pelos que não apareceram no Congresso. Faltaram 24 votos pela cassação e também pelos que cruzaram os braços e se abstiveram de votar: foram 41. E também pelos que apareceram e, na votação secreta, votaram contra a cassação do mandato do deputado.  Na quarta-feira (28), no plenário, a sessão foi até prolongada e se tentou ganhar tempo para que deputados aparecessem para votar.  Com marcas de algemas, mas ainda deputado. Assim que saiu o resultado, Natan Donadon comemorou.  Eram necessários 257 votos a favor da cassação do mandato dele, mas foram apenas 233. Outros 131 deputados votaram para mantê-lo no cargo, e houve 41 abstenções. O presidente da Câmara disse que fez o possível:   “Tentei cumprir o regimento, fiz o que pude fazer, fui no meu limite. Tomei uma decisão solitária, praticamente assumo essa responsabilidade de considerá-lo suspenso, não podendo exercer, portanto, o mandato por hipótese alguma”, declara o Deputado Henrique Eduardo Alves, presidente da Câmara.  A votação foi secreta. Em sigilo, os parlamentares não ficam expostos a constrangimento público. Deputados pediram a aprovação da proposta que põe fim ao voto secreto em cassação de mandatos.  “É preciso submeter nesse plenário a votação da PEC do voto secreto para que a sociedade não veja essa história se repetir”, diz a deputada Manuela D’Ávila, líder do PC do B. “Eu tenho certeza de que se o voto fosse aberto aqui hoje, o resultado seria diferente do que nós estamos vendo aqui no painel, certamente”, declara o deputado Ivan Valente, líder do Psol.  Antes, Natan Donadon, que está preso há dois meses, conseguiu autorização da Justiça para fazer a própria defesa na Câmara.  “Vim algemado de lá para cá, nunca tinha entrado em um camburão na minha vida, nunca pensei que isso fosse acontecer”, declara Donadon.  Ele apelou aos colegas. Disse que é inocente. “Senhores deputados, por favor, me absolvam, essa casa é independente”, pediu.  E chegou até a cobrar comida melhor na cadeia. “A xepa não é de boa qualidade a comida. A gente tem dificuldade na alimentação”, disse. O presidente da Câmara estendeu a sessão enquanto pôde. Esperava a chegada de mais deputados para participar da votação. Por volta das 23h30, Donadon deixou a Câmara rumo à penitenciária da Papuda, em Brasília. Apesar da decisão dos deputados, o presidente da Câmara, Henrique Eduardo Alves, suspendeu o mandato de Donadon. Na prática, quer dizer que ele não poderá receber o salário e os benefícios do cargo enquanto estiver preso. Quem assume o mandato é Amir Lando, do PMDB de Rondônia.

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