04/01/2018

BRASÍLIA - MINISTRA DO TRABALHO

Pasta do Trabalho fica com Cristiane Brasil, filha de Roberto Jefferson, o deputado do Mensalão 
Em Brasília, o presidente Michel Temer recebeu o pedido de demissão do terceiro ministro em menos de 30 dias. E a deputada Cristiane Brasil, filha do ex-deputado Roberto Jefferson, vai ser a nova ministra do Trabalho.  O presidente do PTB, Roberto Jefferson, foi ao encontro de Michel Temer no Jaburu. Uma hora depois, disse que a filha, a deputada Cristiane Brasil, havia sido escolhida para o Ministério do Trabalho. “O nome dela surgiu, não foi uma indicação. Nós estávamos conversando, aí, falou, ‘Roberto, e a Cristiane, por que não a Cristiane?’. Foi da cabeça do presidente. Ela é uma menina experimentada, foi secretária municipal em vários governos na cidade do Rio de Janeiro, por que não? Falei, ‘presidente, aí o senhor me surpreende, eu vou ter que consultar’. Aí liguei para ela. Ela disse: ‘pai, eu aceito’”, contou Roberto Jefferson. O Planalto confirmou a nomeação, mas afirmou que a nova ministra do Trabalho foi indicação oficial feita pelo PTB. O PTB é conhecido por integrar a base de apoio de governos de diferentes orientações e ocupar cargos públicos em troca desse apoio. A maioria dos parlamentares é da bancada ruralista. Jefferson até se emocionou diante das câmeras. Disse que a escolha é um resgate da imagem da família, depois do mensalão que ele mesmo delatou. Foi condenado a sete anos, ficou preso 14 meses. Mas o nome de Cristiane Brasil também aparece em delações da Lava Jato. Ela foi citada na delação do ex-executivo da J&F Ricardo Saud. Ele disse que a deputada participou da negociação para a compra do apoio do PTB por R$ 20 milhões para a campanha de Aécio Neves à Presidência em 2014. Outro delator, Leandro Andrade Azevedo, da Odebrecht, contou que, em 2012, entregou pessoalmente R$ 200 mil a Cristiane Brasil a pedido do deputado Pedro Paulo, do PMDB do Rio de Janeiro. “E ela mesma foi retirar esse dinheiro: R$ 200 mil, anotado em cima. Ela pegou esse valor. Ela estava com uma mochila. Pegou esse valor, botou dentro da mochila, agradeceu e saiu”, disse ele. O deputado Pedro Paulo passou a ser investigado, mas o ministro Edson Fachin disse que essa menção a Cristiane Brasil “ainda precisa ser aprofundada”. Cristiane surgiu como solução para outro embaraço de Temer. A desindicação do deputado Pedro Fernandes, do PTB do Maranhão, para o cargo, depois do veto imposto pelo ex-presidente José Sarney. No lugar dela, na Câmara, assume Nelson Nahin, do PSD. Nelson Nahin já foi condenado pela Justiça do Rio a 12 anos de prisão por exploração sexual de menor. Ficou pouco mais de quatro meses preso e foi solto em outubro de 2017. (Jornal Nacional)

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