25/04/2014

CASO VARGAS - "Novas repercussões do caso"

PF aponta indícios de envolvimento de ex-ministro da Saúde com doleiro

Documentos da Polícia Federal apontam indícios de envolvimento do ex-ministro Alexandre Padilha com o doleiro Alberto Youssef. E mostram novas conversas entre o doleiro e o deputado licenciado, André Vargas, do PT do Paraná.  A Polícia Federal analisou o conteúdo de 270 mensagens trocadas entre o deputado André Vargas, do PT, e o doleiro Alberto Youssef, acusado de chefiar a quadrilha que lavou R$ 10 bilhões. As mensagens foram trocadas entre 19 de setembro do ano passado e 12 de março deste ano.  Em uma troca de mensagens, a PF encontrou a citação ao nome Padilha, que para os policiais é possivelmente o ex-ministro da Saúde, Alexandre Padilha. Foi no dia 28 de novembro do ano passado, quando André Vargas diz a Alberto Youssef, que Padilha indicou um executivo para o Labogen, laboratório que chegou a firmar uma parceria com o Ministério da Saúde, mas não recebeu recursos. Vargas diz: “Achei o executivo”.  Youssef responde: “Ótimo, traga ele para nos reunirmos e contratarmos”.  Vargas responde: “Sexta ele estará aí”. Dá o número do celular e fala que é Marcos, que estará em São Paulo no dia seguinte ou segunda e que foi o Padilha quem indicou. Segundo o relatório, Marcos é Marcus Cezar Ferreira de Moura, que foi coordenador de promoção de eventos da assessoria de comunicação do Ministério da Saúde, na gestão de Padilha. Marcus depois participou de reuniões no Labogen.  (continue lendo)
  A PF conclui: Existem indícios que os envolvidos tinham uma grande preocupação em colocar à frente da Labogen alguém que não levantasse suspeitas das autoridades fiscalizadoras. A investigação menciona também o deputado federal Candido Vaccarezza, do PT de São Paulo. Em uma troca de mensagens, do dia 25 de setembro do ano passado, Youssef diz a André Vargas: “Achei que você estivesse aqui na casa do Vacareza”. André Vargas responde: “To indo”. A polícia conclui: o doleiro Alberto Youssef mantinha relações com o deputado federal Cândido Vaccarezza, inclusive indicando que houve uma reunião na casa do deputado. Reunião esta entre Alberto Youssef, o deputado André Vargas e Pedro Paulo Leoni Ramos, diretor de uma empresa que é sócia oculta da Labogen, laboratório usado no esquema de lavagem de dinheiro. Pedro Paulo também foi ministro do governo Collor.  O relatório sobre as mensagens trocadas entre o doleiro e o deputado André Vargas mostra que a rede de contatos deles também chegou à Caixa Econômica Federal, por meio da Funcef, o fundo de pensão da Caixa. O terceiro maior do país. Por mensagem, Youssef pergunta se pode falar “em nome de Vargas" em uma reunião na Funcef. O deputado responde que sim.  A PF relata ainda que André Vargas tem um contato na Funcef: Carlos Borges, diretor de participações societárias e imobiliárias, além de ser membro do conselho da Vale.  Ao longo do relatório, a Polícia Federal deixa clara a proximidade entre o doleiro e o deputado André Vargas, que combinam caronas e até uma visita para tomar café na casa do parlamentar. Em nota, o ex-ministro Alexandre Padilha repudiou o envolvimento do nome dele e negou que tenha indicado qualquer pessoa para o laboratório Labogen.  O deputado Cândido Vaccarezza, do PT de São Paulo, disse que conhece Pedro Paulo e o doleiro Alberto Youssef, mas que não tem relação de amizade com eles. Vacarreza negou que tenha feito, em casa, uma reunião com André Vargas e os outros dois citados.  Perguntado sobre as denúncias, o deputado licenciado André Vargas, disse que vai responder a todos os questionamentos nos foros competentes e afirmou que vazamentos seletivos e fora de contexto não podem servir para qualquer pré-julgamento. André Vargas afirmou, ainda, que o ex-ministro Alexandre Padilha não indicou ninguém para o laboratório Labogen. Carlos Borges não foi localizado para comentar as denúncias.

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