
Costa atribui o resultado positivo também a ação dos inimigos naturais, que controlaram a lagarta, além do uso de produtos seletivos no momento certo. “Em muitas regiões aplicou-se defensivos impactantes que desequilibraram o sistema, matando os inimigos naturais, os quais desempenharam um papel fundamental no controle da lagarta. No Paraná, devido a essa ação, a helicoverpa foi atacada por moscas, percevejos, aranhas, enfim por todos estes que chamamos agora de amigos naturais e controlaram a lagarta”, afirma. ATAQUE – Quem acredita que a helicoverpa ataca apenas soja, milho e trigo está enganado, segundo Costa fala-se em até 600 espécies de plantas que podem sofrer com essa lagarta, além da forma de invasão também ser preocupante, reforçando a importância do produtor se atentar. “Quase tudo é atacado, por este motivo, tem que tomar cuidado fazendo o controle quando necessário. Além disso, é preciso redobrar o cuidado, pois é uma praga que também ataca o grão ainda na vagem, se diferenciando das demais que não tem esse hábito”, orienta. Consciência em campo - Clara Beatriz Hoffmann Campo, pesquisadora da Embrapa Soja, também faz um alerta sobre a consciência que se deve ter em campo, agindo com cautela e seguindo as recomendações técnicas. “Os produtores não devem se precipitar, antes é preciso avaliar a situação, fazer o pano de batida. Se não tiver esse real quadro do que está acontecendo na propriedade, não dá para sair aplicando produtos químicos, pois corre o risco de matar os inimigos naturais que são mais fáceis de serem mortos do que a própria praga”, observa. A pesquisadora ainda salienta que muito se tem falado sobre o monitoramento das lavouras, pois é a melhor forma de estar de olho no que está acontecendo. “O que fez a diferença para muitos produtores, foram aqueles que entraram nas lavouras. Com a helicoverpa o agricultor teve de voltar a monitorar, pois teve que conhecer a praga. Quem agiu assim, não teve problemas, o agricultor que foi consciente e preservou os inimigos naturais não teve motivos para pânico, ele estava consciente do que estava acontecendo na sua propriedade. Harmonia do sistema - A pesquisadora da Embrapa Soja, Beatriz Correia Ferreira explica que esse equilíbrio que aconteceu no sistema devido aos inimigos naturais é muito importante, porém o produtor precisa atentar-se à possíveis alterações. “Nessa harmonia que está acontecendo no sistema podem ocorrer mudanças, dependerá do manejo que os produtores utilizarão e as recomendações que vão sendo utilizadas nas áreas. Pode funcionar muito bem esse equilíbrio em alguma área e não na outra”, diz. Ela acrescenta que é necessário atenção e não deixar esse equilíbrio desaparecer, escolhendo o produto certo, de preferência mais seletivos e saber que os inimigos naturais estão presentes juntos com a lagarta e que vão atuar sobre ela. “Então, tem que propiciar condições para que se mantenham na propriedade. Se forem aplicações calendarizadas, não havendo monitoramento, esse equilíbrio pode não ocorrer mais”, alerta. Pano de batida faz parte da prevenção - Utilizar adequadamente o pano de batida é uma forma eficaz de monitorar a lavoura. Segundo Luiz Cezar Vieira Tavares, pesquisador da Embrapa Soja, o agricultor tem que ir para o campo, saber que existem as lagartas, principalmente a helicoverpa, tomar mais cuidado, mas não se alarmar pois há tecnologia suficiente para o efetivo controle. “Revitalizando o manejo de pragas, a batida de pano é uma ferramenta a mais para produzir soja com sustentabilidade sem agredir o meio ambiente.”
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