23/08/2009

Chuvas aumentam doenças e reduzem produtividade do trigo no Vale do Ivaí
(Matéria publicado pelo Jornal Tribuna do Norte)O mês de julho apresentou um índice de precipitação de 277 mm, o maior dos últimos 34 anos
O aumento da umidade nos últimos meses está tendo como resultado à quebra de produção de trigo no Vale do Ivaí e parte da região central do estado. Segundo dados do Departamento de Economia Rural (Deral), da regional de Ivaiporã da Secretaria da Agricultura e do Abastecimento do Paraná (Seab), somente o mês de julho apresentou um índice de precipitação de 277 mm, o maior dos últimos 34 anos, quase cinco vezes maior que a média histórica, que é de 65 mm. De acordo com informações do técnico do Deral, agrônomo Sergio Carlos Empinotti, a situação é preocupante, pois com as chuvas intensas a lavoura se tornou propícia a instalação de doenças. "Majoritariamente, o Brusone é o que vem afetando a maioria das lavouras na região", assinalou Empinotti. O trigo precoce cultivado no período da segunda quinzena de abril e início de maio, por enquanto é o mais afetado. "Ainda é cedo para se fazer uma estimativa, pois com a retomada das chuvas nessa semana, o prejuízo pode ser ainda maior". Até o momento dos 86.259 ha. da área plantada com o produto, acredita-se que metade já foram afetadas com doenças. "Deste total 40% terá perda na produção", pondera Empinotti. Na segunda-feira (17) os técnicos do Deral voltaram ao campo, e em Lidianópolis se reuniram com produtores rurais e técnicos ligados a área. "A chuva está prejudicando muito as lavouras, pois é impossível jogar veneno, porque a água lava tudo", explicou o produtor rural e vice-prefeito Celso Antonio Barbosa. Para ele o aumento da incidência da doença não significa descuidos do produtor. "Aqui na região fizemos as aplicações recomendadas e não estamos conseguindo o controle, é desesperador". O triticultor relata que tinha uma expectativa de produtividade em torno de 120 sacas por alqueire. "E, com essa doença, a gente vai colher em torno de 30 a 40 sacas. Isso, quem conseguir colher". Bem abaixo do custo de produção, que gira em torno de 70 sacas por alqueire - lamenta-se o produtor. O agrônomo da Prefeitura de Lidianópolis, Rogério Rui Maia, diz que a estimativa é que dos 4,4 mil hectares de área plantada com trigo no município cerca de 60% está comprometida. "A ocorrência maior de chuvas pegou a fase de florada do trigo", argumenta. Ele destaca ainda que alguns produtores de Lidianópolis estejam com quase a totalidade da produção comprometida pela Brusone. Em São João do Ivaí a situação não é diferente, é o que afirma o técnico do Deral, Mario Iurino. "A esperança é que as lavouras mais jovens não sejam afetadas". Na região de São João do Ivaí cerca de 40% da lavoura estão comprometidas. Até o momento as regiões mais ao norte do Vale do Ivaí foram as mais prejudicadas com a doença, principalmente os municípios de Faxinal, Cruzmaltina, Lidianópolis, Lunardelli, São João do Ivaí e Jardim Alegre. Brusone De acordo com o técnico do Deral da regional da Seab em Ivaiporã, agrônomo Randolfo da Costa Oliveira, o sintoma mais conhecido do Brusone é a descoloração da espiga acima do ponto de infecção inicial do agente causal da doença, que é o fungo Pyricularia grisea. Os grãos produzidos são enrugados, pequenos, deformados e com baixo peso específico. Ainda podem ocorrer lesões características nas folhas. (Matéria publicado pelo Jornal Tribuna do Norte)

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