26/12/2009

Richa, Alvaro e Osmar dividem preferência
Pesquisa mostra pré-candidatos do PSDB com pequena vantagem contra o senador do PDT, em cenários diferentes

A dez meses da eleição para o governo do Paraná, cada um dos três principais candidatos ao cargo mostra que tem cacife eleitoral para ficar em vantagem sobre os outros dois concorrentes diretos. Levantamento feito pelo Instituto Paraná Pesquisas com exclusividade para a Gazeta do Povo mostra que os dois pré-candidatos tucanos – Beto Richa e Alvaro Dias – aparecem com pequena vantagem sobre Osmar Dias (PDT). Por outro lado, o pedetista se destaca pelo menor índice de rejeição, tecnicamente empatado com o prefeito (a margem de erro da pesquisa é de 2,5 pontos porcentuais para mais ou para menos). O cenário apontado pela pesquisa, realizada em todo o estado, é de uma disputa acirrada em 2010. Nem mesmo a preferência do candidato do PSDB está definida. Os demais candidatos são pouco citados. No cenário com Richa e Osmar, Orlando Pessuti (PMDB) – vice-governador – aparece com apenas 5,6%. Nedson Micheleti (PT), tem 1,3%. Lineu Tomass (PSC), 0,4%. E Melo Viana (PV), 0,3% – na terça-feira passada, depois de o levantamento ter sido feito, a executiva estadual do Partido Verde apontou o nome do diretor de Meio Ambiente de Itaipu, Nelton Friedrich, como pré-candidato ao governo. Se a disputa tiver como nomes principais Alvaro e Osmar Dias, Pessuti ganha mais votos (7,9%), mas os outros se mantêm quase com os mesmos índices. De acordo com o cientista político Emerson Cervi, da UFPR, o dado que deve ser levado em conta é o índice de rejeição. “Se o eleitor diz que neste momento ele não votaria em determinado candidato de jeito nenhum, dificilmente mudará de ideia. É mais fácil trocar de candidato do que mudar a percepção sobre o rejeitado.” Nesse quesito, Alvaro sai em desvantagem. Quinze por cento dos paranaenses dizem que não votariam nele de jeito nenhum; 9,1% afirmaram isso sobre Richa; e outros 8,9% apontaram Osmar Dias como opção indesejável. Cervi observa ainda que as viagens constantes que Richa tem feito pelo interior surtiram efeito. “O grupo do PSDB ligado ao prefeito tem trabalhado bastante. Richa vem recebendo vários títulos de cidadão honorário em cidades de porte médio. Isso em si não rende dividendos, mas para receber a condecoração Richa vai até a cidade, dá entrevista às rádios, faz palestra em uma faculdade local.” No entanto, o cacife eleitoral de Beto Richa ainda está mais concentrado em Curitiba. Na capital, região metropolitana e litoral, ele tem 62,4% contra 21% de Osmar. No interior, a situação se reverte: 34% para Richa e 46,2% para Osmar. Na disputa entre os irmãos Dias, a situação é mais equilibrada. Alvaro tem 40,5% na capital e arredores e 39,9% no interior; Osmar aparece com 29,8% e 37,4%, respectivamente. Para Luciana Veiga, professora de Ciência Política da UFPR, Beto Richa se destaca pelo alto índice de votos e pela pequena rejeição. “O potencial dele, que é grande, vem se manifestando, e com isso ele conseguiu avançar bastante.” Por outro lado, aponta Ricardo Oliveira, também professor da UFPR, a candidatura de Osmar Dias também pode crescer bastante. “Ele ainda não fechou alianças com outros partidos, o que está atrapalhando sua pré-campanha. O PDT não tem estrutura forte no Paraná, e precisa se unir a um partido, como vinha cogitando fazer com o PT.” “O que se vê é que não há projetos, mas apenas intenção de candidaturas individuais”, observa Murilo Hidalgo, diretor da Paraná Pesquisas. Ele ressalta que os candidatos com mais chance de ganhar estiveram juntos na eleição de 2006. “É a divisão de um grupo que perdeu (a disputa com o governador Roberto Requião) por uma diferença de 10 mil votos. Cadê os projetos que os uniam?” Para ele, sairá em vantagem o candidato que conseguir mostrar que terá mais competência para crescer no cenário alheio. A definição do quadro eleitoral, no entanto, dependerá da corrida pela Presidência da República. Nos estados, tanto PT quanto PSDB vão priorizar os nomes que deem mais sustentação para os nomes de Dil­­mar Rousseff (PT) e José Serra (PSDB). “Há uma aproximação maior entre Alvaro e Serra do que entre Beto e Serra”, avalia Cervi.

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